Professores fazem novo ato contra parcelamento de salários

2015-04-10_190211
O início da greve foi marcado pelo 21º parcelamento de salário em três anos

Classe afirma que greve não tem data para acabar

Os professores da rede estadual fizeram novo ato contra o governo na tarde desta segunda-feira (25), em frente à Prefeitura Municipal de Bento Gonçalves. Segundo os organizadores, cerca de 40 professores se reuniram por volta das 16h em ação de panfletagem e protesto.
A diretora do 12º núcleo do Cpers (Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul) Juçara Borges, ressaltou que a greve da classe não tem data para acabar. “Continuamos em greve. Nesta terça-feira (26), teremos ato em Porto Alegre, porque as PLS vão entrar novamente na Assembleia Legislativa. Teremos reunião na quinta-feira (28), e por fim, assembleia no Estádio Gigantinho, para avaliar como estão os movimentos nos núcleos do Cpers”, explica. “A assembleia não significa que vamos voltar a trabalhar”, pontua.

Greve
O início da greve foi marcado pelo 21º parcelamento de salário em três anos. Os funcionários do executivo do Rio Grande do Sul receberam a primeira parcela em setembro de apenas R$350, o que revoltou a classe dos professores, que entrou em greve no dia 5. No entanto, a paralisação busca um enfoque também político, de acordo com o panfleto entregue para a população de Bento Gonçalves.
Assuntos como escolas sucateadas, fechamentos de turmas, insegurança entre educadores, projeto para privatização de escolas públicas, redução de turnos e mudança curricular são apontados pelo Cpers como fatores de indignação.
“A quantia de R$350 é praticamente 1/3 do salário mínimo e impediu que pagassem contas como aluguel, luz, água, telefone, alimentação da família e até mesmo as passagens para exercerem suas funções na escola”, diz a publicação. “Os sucessivos parcelamentos têm feito os educadores adoecerem física e psicologicamente”, acrescenta.
“Mesmo com a fala do governo hoje, dizendo que vai pagar os menores salários, vamos continuar. Esse pronunciamento só significa que o Estado tem para pagar, mas não o faz para pressionar os deputados para privatizarem as estatais. E nós continuamos na luta”, destaca Juçara.

Governador diz que vai pagar salários
O governador do Estado, José Ivo Sartori, disse em entrevista coletiva na manhã de segunda-feira (25) que vai pagar a folha de setembro primeiro para os servidores que recebem salários entre R$ 1 mil e R$ 1,5 mil. Mas salientou que as projeções só se confirmarão se não houver um revés jurídico. O Piratini deve fechar o mês com cerca de R$ 60 milhões em caixa e conseguirá integralizar os contracheques de até 60 mil funcionários públicos (17,3% da folha do Executivo).

Situação em Bento Gonçalves
A Escola Estadual Mestre Santa Bárbara, que havia paralisado totalmente as aulas, agora está com aulas parcialmente. A Escola Estadual Imaculada Conceição e o Colégio Estadual Dona Isabel estão parcialmente em greve.

Término do ano letivo depende do governador
Juçara Borges enfatizou que o término do ano letivo dos alunos vai depender da posição do governador José Ivo Sartori. “Se os alunos vão terminar ou não o ano, vai depender dele. Isso é um desrespeito com os professores”, comenta.