Professores ainda estão sem trabalhar em algumas escolas do município

2015-04-10_190211

Protesto contra a reforma da previdência foi aderido por dez instituições de Bento Gonçalves

Na última semana cerca de 500 pessoas (educadores da rede estadual) foram às ruas em Bento Gonçalves para protestar contra a reforma da previdência. A presidente do Sindicato dos professores de Bento Gonçalves (Cpers-BG), Juçara de Fátima Borges, não descarta a possibilidade de novas manifestações da categoria para os próximos dez dias.
“Essa semana vão acontecer atividades em Porto Alegre para discutir sobre o futuro das manifestações. Dependendo do que for decidido pode acontecer novas paralizações”, afirma. De acordo com Juçara, ela vai continuar visitando outras cidades e escolas da região para explicar sobre a decisão de realizar as manifestações.
“Eu vou continuar visitando outras cidades e passando nas escolas para explicar sobre a reforma da previdência, e o que vai acontecer se for aprovado a nível nacional”, diz.
A atual situação do país, e o debate sobre a reforma da previdência, segundo Juçara, deve ser estendido para as salas de aula, e orientar os alunos sobre a situação política do país. A presidente do núcleo de Bento, diz ter sido válida a manifestação ocorrida na cidade na última semana. “A manifestação foi positiva para esclarecer à sociedade que quando o professor faz uma greve não é apenas o salário que está em jogo. É importante os professores fazerem a discussão com os alunos, para eles entenderem que é o futuro deles que está em jogo”, explica.
Ainda segundo Juçara, alguns professores continuam em greve no município, porém, ela confirma que todas instituições estão funcionando. Ela não soube dizer quantos professores estão sem trabalhar.
Uma das professoras da rede estadual acredita que é importante transmitir aos alunos o que está acontecendo, e explicar na sala de aula a ideia do movimento e os motivos pelo qual acontece.
“É algo que discutimos dentro da própria escola, porque já percebemos que as grandes mobilizações têm um ponto negativo perante a sociedade e dentro das escolas queremos utilizar um tipo de linguagem que seja acessível para os alunos, para que entendam o que está acontecendo. É um diálogo com alunos e comunidade”, sintetiza.

Os protestos da última semana
As manifestações chegaram também às rodovias do estado, que foram bloqueadas na Região Metropolitana de Porto Alegre , na Serra Gaúcha e no Sul do estado na manhã de quarta-feira,15, como parte da mobilização nacional contra a reforma da previdência.
O primeiro bloqueio ocorreu na ERS-239, entre Sapiranga e Novo Hamburgo, na Região Metropolitana, entre 6h50 e 7h50. Conforme o Grupamento Rodoviário da Brigada Militar, em torno de 100 pessoas bloquearam a pista, causando congestionamento. Os manifestantes liberaram a via e caminharam para o interior da cidade de Sapiranga.
Também foi registrado bloqueio em rodovia em Caxias do Sul, na Serra, conforme informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), onde a BR-116 foi totalmente bloqueada por cerca de 150 manifestantes.
Também houve bloqueio na ERS-122, entre os quilômetros 66 e 79, ainda em Caxias do Sul, por conta de protestos contra a reforma da Previdência.
Ainda segundo a PRF, foi registrado bloqueio total no trevo de São Lourenço do Sul, no entrocamento, na altura do km 465, entre a BR-116 e a ERS-265, no Sul do estado, onde aproximadamente 150 manifestantes fazem ato contra a reforma da previdência.

O que é a reforma da previdência?

A reforma será feita por meio de uma proposta de emenda à Constituição (PEC). A partir da aprovação dessas nova regras, a aposentadoria passa a ser concedida para os brasileiros a partir dos 65 anos. Além disso, para adquirir esse direito, o trabalhador terá de ter contribuído por no mínimo 25 anos.
Essa mudança, no entanto, não ocorre de maneira radical. A PEC cria uma regra de transição. O novo formato de Previdência valerá apenas para homens com menos de 50 anos e para as mulheres com menos de 45.

Regra de transição para aposentadoria
Os trabalhadores que estiverem acima dessa faixa de idade, entram na regra de transição. Na prática, para essas pessoas, é como se a norma antiga ainda vigorasse, mas com um pequeno acréscimo no tempo de serviço.
Supondo que um homem de 52 anos esteja para se aposentar pela regra antiga e ele tenha mais 12 meses de serviço, o seu tempo final para receber a aposentadoria sofre uma pequena mudança. Ele terá de fazer um acréscimo de 50% nesse prazo.