Professores acusam diretora da Escola Conceição de assédio moral

2015-04-10_190211
Escola Conceição conta com mais de 600 alunos entre Ensino Fundamental e Médio

Educadores da instituição afirmam que Marisa da Silva incitava alunos contra docentes e não cumprindo o dever de educadora, além de se ausentar da escola 

“Aconteceu perseguição particular com professores, ameaças, ela infiltrava pessoas da comunidade para irem na escola fazer ameaças e discutir”. O relato acima é da professora M.A.C, da Escola Estadual de Ensino Médio Imaculada Conceição que denunciou a atual diretora da escola estadual, Marisa da Silva, criticada por professores, por sofrer perseguição e assédio moral.
A diretora assumiu o cargo na escola em janeiro de 2016, após uma disputa eleitoral considerada polêmica por M.A.C. De acordo com a professora, ainda na campanha para cargo de diretor, pessoas foram humilhadas. O que viveriam a partir de janeiro do último ano é descrito por alguns como “um inferno” e “ditadura civil implantada”.
“Muitas vezes a Marisa pedia para alguns alunos implantarem informações falsas na sala de aula, simplesmente para prejudicar o professor”, revela.
A professora é crítica ao se referir a 16ª Coordenadoria de Educação, que nas palavras dela, foi omissa com a situação. “Na 16ª nada foi feito, era difícil de falar até com o coordenador. O resultado foi que três vices e dois supervisores se retiraram da escola em novembro”, afirma.
Outra docente da instituição faz críticas ainda mais severas contra Marisa: L.H.S, afirma ter sofrido perseguição e ataques pessoais por parte da diretora. “Ela perseguia as pessoas, já assumindo o cargo num tom autoritário. Nesse ponto começou a se perder. Ao invés de resolver questões pertinentes, começou a se envolver com brigas e fofocas. Eu particularmente sofria assédio moral. Uma vez ao dia ela dizia algo. A postura dela como diretora era lamentável”, desabafa.

16ª é alvo de críticas
Os professores contatados para a reportagem criticaram a postura adotada pela 16ª Coordenadoria foi omissa ao lidar com a situação.
“Os colegas professores começaram a pedir para sair e todos os vices se reuniram e foram na coordenadoria. Aconteceram algumas reuniões entre todos, e o pedido do Coordenador da 16ª, Leonir Rasador, era que nos preocupássemos em terminar o ano”, revela.
As reuniões na Cree pouco resolveram, conforme lembra a docente. “Todos relataram casos graves que acontecia na escola e disseram que abandonariam a escola se ela continuasse como diretora”, conta.
A professora, cansada do assédio moral, foi até a coordenadoria conversar com Rasador, porém, nada mudou. “Faltou atitude por parte da 16ª Coordenadoria. Pelo que entendi na Coordenadoria, alegaram que não havia elementos suficientes para abrir uma sindicância”, afirma.
Um dos fatos considerados graves aconteceu em janeiro deste ano, período em que a escola, segundo a professora, ficou sem comando. “O que ficou mais feio para a coordenadoria é que no início de janeiro a escola ficou sem ninguém para responder, num limbo, sem diretor, nem vice. Muitas pessoas da comunidade desabafaram no face sobre a situação”, conta.
O coordenador da Cree não foi poupado de críticas, e ainda de acordo com a professora, pediu para que os fatos não fossem denunciados para a imprensa. “Falta um posicionamento oficial da coordenadoria sobre procedimentos legais que devem ser tomados numa situação como essa. O Leonir pediu para não falarmos para ninguém, que não fosse divulgado à imprensa. Isso ele dizia nas primeiras reuniões”, revela.

Posicionamento da 16ª Coordenadoria de Educação
Leonir Rasador que responde como coordenador da 16ª Coordenadoria de Educação afrmou que não houve omissão por parte da coordenadoria e que todas providências foram tomadas.
“As atitudes que tomamos não foram de omissão, mas no sentido de equilíbrio, porque estamos lidando com uma comunidade, não encaramos como algo problemático. Hoje quem responde pela escola é o professor Moacir Machado porque a diretora está de atestado médico”, explica.
De acordo com Rasador, o atestado médico não pode ser contestado, não havendo irregularidades em relação a diretora estar sem trabalhar há mais d dois meses. “Hoje a escola funciona normalmente. Não tem como intervirmos nessa questão do atestado médico”, justifica.
A acusação de que Rasador teria feito o pedido para que o caso não fosse pautado na imprensa, é rechaçada pelo coordenador. “Eu fui amigo da imprensa. O que eu disse foi que o assunto fosse tratado internamente, em respeito ao CPM e professores. Nós nos reunimos com todos para conversarmos sobre tudo que estava acontecendo”, garante.
Ainda segundo Rasador, o quadro de funcionários da escola está completo e as aulas devem começar normalmente em março.