Prefeito Pasin vai ao CIC “vender” desmantelamento da máquina pública com parceria público privada

2015-04-10_190211

Em uma  apresentação mal preparada, o Prefeito Guilherme Pasin abre a temporada de reuniões  palestras do CIC, com discurso desconexo e sem argumentos para sustentar o conceito de parceria/político privada que foi vender aos empresários

O prefeito Pasin abre primeira palestra do ano do Centro da Indústria e Comércio com discurso desconexo e com chapéu na mão.
Normalmente falando de improviso em eventos, desta vez Guilherme Pasin se dirigiu aos mais de 100 participantes do jantar palestra do CIC lendo um texto remendado e cheio de conceitos que não costuravam a narrativa, muito menos ao que o telão expunha durante sua explanação. A impressão que passou foi de estar constrangido por não levar nada de concreto para mostrar ( uma lâmina expunha o valor de R$ 2 milhões investidos em asfalto em quatro ruas de bairros neste ano, apesar de seu pronunciamento destacar mais de 120 obras realizadas em quatro anos de gestão a um investimento na ordem de R$ 52 milhões. Destacou que em 2016 o município investiu 30% dos recursos na área da saúde, mas esqueceu de mencionar que na Lei de Diretrizes Orçamentárias deste ano não previu um centavo de investimentos na saúde, deixando à cargo do Governo Federal e Estadual a responsabilidade das verbas.
Agitado e parecendo desconfortável, Pasin engatou a primeira de suas elocubrações sem sentido, entre os 22 e 28 minutos do vídeo postado em nossa fanpage, com o telão etampando a frase que não acompanhava a linha de raciocínio de seu discurso “ A instabilidade do cenário político impacta tanto com o cenário econômico, quanto com o social”, largou um “ sempre haverá uma discrepância entre percentuais de investimentos em publicidade ( ??!!) nos últimos anos de gestão”, destacando que a legislação veta investimentos de publicidade em diversos casos, para emendar um descontextualizado: “ ….e mesmo assim é importante entendermos que a administração pública, apesar de precisar buscar todo momento da inspiração na gestão privada, possui diversas peculiaridades, como a sazonalidade nas entradas e legislações específicas que não permitem que tenhamos uma visão linear a curto prazo.” ( sic). Quando os empresários presentes, jogaram a toalha e desistiram de seguir o raciocínio torpe, Pasin continua: “esta (?) é tida, quando espaçamos o nosso corte de tempo e passamos a visualizar nosso traço histórico. Esta é a medição na administração pública”(sic). E no telão em cima do palco, mais perdido que nunca estampava neste momento um terceiro assunto que não estava na linha de tempo do discurso lido.
Noutra guinada de 360 graus, se auto elogiou afirmando que sua administração fez muito pela saúde do município investindo em novas unidades básicas de saúde na gestão anterior, mas esqueceu de mencionar que neste ano já fecharam algumas unidades básicas de saúde por falta de profissionais e outras tantas vão funcionar somente alguns turnos por falta de investimento do municío na área da saúde, que cabe frisar está com os recursos em dia da União e do Estado.
Continuando o discurso de frases soltas, afirmou: “estamos num momento de mudanças radicais na política brasileira. É um período de quebra de paradigmas…” e emendou fazendo uma análise pessoal do momento poítico brasileiro atual, enquanto os presentes já tomavam conhecimento – de novo pelo telão – do real objetivo de sua presença no Centro da Indústria e Comércio.
“Parceria público privada/ privatização do Ginásio Municipal, Estádio da Montanha, Cemitérios Municipais, Iluminação Pública, serviço de água e esgoto/ concessão para exploração de publicidade em mobiliário urbano ( placas, paradas de ônibus,…) Usina de geração de energia, exploração de cafés, mercado público etc, em praças públicas, e tercerização de serviços tipo SAMU, além de venda/ leilão de áreas públicas”, em fim, desfazer, desmembrar, passar a responsabilidade a terceiros.
A grande ironia, que os presentes entediados já não conseguiam mais acompanhar, foi concluir a análise criticando a União, mais parecendo um “mea culpa”, já que a leitura ambíbua poderia ser feita para Bento Gonçalves também: “ ( A União fez a )ingerência em serviços que não podia e que agora não pode oferecer os serviços mais básicos para a população” (sic) “ O estado totalitário que não conseguiu dar conta do Estado necessário” (sic), acusou.
Tentando criar empatia com a gestão privada, afirmou, sem apontar onde, que o Estado passou a utilizar de ferramentas que os empresário usam quando há crise. “ Os senhores praticam a gestão, aplicam métodos que garantem eficiência“ falou, tentando adular o público para trazer mais para perto do Governo Temer afirmando que este também está diminuindo custos e aplicando métodos de gestão, mas passando longe de possíveis exemplos de prática de cortes para diminuir custos em sua própria gestão, já que não promoveu corte de custos e nem diminuiu a folha de pagamento da prefeitura, nem dimunuiu o número de contratados por empresas terceirizadas, tanto que foi apontado pelo Tribuinal de Contas por extrapolar o teto máximo de contratações.
Na sequência de ideias mal costuradas apresentou uma pesquisa de um institudo desconhecido (IPO) para justificar o que veio vender: a tal parceira público privada, ou seja, os empresários entram com o dinheiro e a prefeitura com patrimônio e discurso. Só aí foram mais de 40 minutos para ratificar que não consegue manter a estrutura como está hoje, mesmo com a arrecadação crescente de recursos. “ Nós precisamos e nós faremos isto” decretou solene já no final de sua prédica.
Aos 45 minutos e 30 segundos de seu discurso, para deixar claro que não tem interesse em ouvir a sociedade arrematou: “tenho certeza que estamos trinhando este caminho da nossa forma, junto com os senhores”. Depois seguiram-se as quatro perguntas pré-selecionadas, para não haver constrangimentos ao palestrante.