Pode poluir a bacia de captação, mas não faça sombra na minha casa

2015-04-10_190211

É histórica a discussão a cada atualização do plano diretor da cidade. Muitos estudos antecedem as mudanças sugeridas à avaliação na Câmara de Vereadores e acaba sempre no samba de uma nota só.
Interesses desnudos, apesar dos discursos prometendo “defender a cidade”. Mas a realidade é que de todos os lados o que aflora são interesses “umbiguísticos”.
Não importam os estudos feitos para o novo plano diretor desenvolvido pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). Não importa os desejos dos cidadãos. Não importa que Conselho Municipal de Planejamento (Complan) ficou estudando por dois anos, pois a realidade é uma só: vai chegar na Câmara de Vereadores para ser estudado e sugeridas emendas e vai polemizar ainda mais.
Hoje dois pontos estão polemizando na internet. O que mais movimenta “interessados” é a possibilidade de instalar prédios mais altos no centro e nos bairros Juventude, Cidade Alta, Humaitá, Botafogo, Licorsul e Universitário. O máximo de andares que hoje é de 14 passa para 16 ( com recuo maior).
O projeto inicial incluía o bairro São Bento, mas houve mobilização de alguns moradores e a proposta pode sofrer alterações.. Não que vá mudar alguma coisa, mas a batalha é aguerrida e faz com que se busque apoio até de quem era ignorado solenemente.
O mais grave para toda a população da cidade – e que já foi de motivo de grande polêmica na última revisão do Plano Diretor é a “flexibilização” para a instalação de empresas. As consideradas com atividades inadequadas para determinada zona poderão se instalar, desde que haja “compensação”. Este ponto crucial para a saúde do município abre a possibilidade perigosíssima de indústrias se instalarem próximo à bacia de captação de água ( o que hoje é vetado, mas, existem) desde que ocorra a “compensação” ambiental nesta área.
Vamos convir que a bacia de captação já recebe parte do esgoto não tratado da cidade e agora vai poder ter empresas instaladas às margens, “desde que haja compensação”.
Certo…. mas, o que importa é prédios não fazerem sombra nas casas da avenida Planalto. E assim será aprovada a revisão do Plano Diretor do município.