Pesquisa acaba com o mito que protetores acima de FPS 30 é desnecessário

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De acordo com especialistas, existem seis tipos de peles e cada uma delas necessita de proteção em níveis diferentes

 

Filtro solar com proteção acima de 50 é o mais eficaz, confirma estudo publicado no Journal of the American Academy of Dermatology (JAAD). Ao analisar dados dos estudos feitos em laboratórios em de cerca de 200 pessoas, entre homens e mulheres, os pesquisadores concluíram que fatores mais altos oferecem maior proteção, justificando o uso desse tipo de produto.
A crença de que fatores mais altos não oferecem maior proteção passou a circular em 2011, quando a Food and Drugs Administration (FDA), agência que regulamenta remédios e alimentos nos Estados Unidos, afirmou que não havia evidências provando os benefícios clínicos no FPS acima de 50. Desde então, alguns dermatologistas passaram a recomendar o uso de fatores menores com base no tipo de pele do paciente.

Usar por quê?
Ao não utilizar diariamente o protetor solar, seja inverno ou verão, há exposição ao risco de desenvolver câncer de pele, que, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), é o tipo mais frequente de câncer no Brasil e corresponde a 30% de todos os tumores malignos registrados no país. O câncer de pele é mais comum em indivíduos com mais de 40 anos, principalmente com pele clara, sensível à ação dos raios solares.
A doença se manifesta em duas formas principais: o carcinoma basocelular, mais frequente e com maior chance de cura já que geralmente apresenta menos metástase (quando o câncer se espalha para outras partes do organismo), e o carcinoma epidermoide ou espinocelular, câncer de pele mais agressivo que aparece nas regiões do corpo com maior exposição ao sol, como rosto, cabeça, pescoço, braços mãos e pés. O carcinoma epidermoide pode dar origem a metástases nos pulmões, colo do útero e na mucosa da boca.
A exposição excessiva ao sol também pode causar o envelhecimento da pele (fotoenvelhecimento), que manifesta sintomas como pele ressecada (craquelada), áspera e manchada; além de deixar as rugas mais profundas e evidentes.
Para evitar esses problemas é necessário aplicar o protetor solar com, no mínimo, trinta minutos de antecedência para que o filtro possa penetrar na pele. Já a reaplicação está sujeita ao tempo de exposição, mas a recomendação para o caso de piscina ou praia é a cada uma hora e meia; o mesmo vale para as pessoas que trabalham ao ar livre.

Cada pele com o seu fator
Veja quais são e como melhor protegê-las dos efeitos do sol.

Peles brancas e muito brancas
Dos seis tipos de pele existentes, são os mais sensíveis, queimando com facilidade, embora nunca se bronzeiem. A recomendação para quem tem esse tipo de pele é utilizar um fator de proteção mais alto disponível. Segundo especialistas, qualquer pessoa pode desenvolver câncer de pele, no entanto, pessoas com pele e olhos claros, que passam muito tempo sob o sol, correm um risco maior.

Peles morenas e ligeiramente morenas
Estes tipos de pele são relativamente sensíveis, queimando com razoável facilidade. Ao contrário da anterior, elas costumam ficar bronzeadas se expostas aos efeitos dos raios do sol por muito tempo. Como a pele já dispõe de alguma proteção natural, o fator indicado é pelo menos o FPS 30. Mas o FPS 50 é o ideal.

O Sol e a Vitamina D
Sabemos que a proteção solar é importante, porém devemos lembrar que o sol, quando sem exageros, é fonte de saúde. O sol ativa a produção de vitamina D, que evita inúmeras doenças, deixa os ossos fortes, e ainda, claro, faz as pessoas se sentirem muito bem.
O melhor horário para ativar a vitamina D é justamente nos horários que o sol é mais forte: entre 10 da manhã e 3 da tarde. Antes disso, os raios são pobres em radiação UVB, o que não garante uma produção suficiente de vitamina D. Logo cedo ou no fim da tarde, a luz do sol é igual aos raios solares do inverno. Nesses horários, você pode não produzir vitamina D, mesmo havendo um elevado índice de raios UVB.
Para conciliar a proteção da pele, com a necessidade de exposição para a vitamina D, a recomendação proteger o rosto normalmente, e deixar o sol agir sem proteção nas pernas e nos braços, que são as partes mais expostas do corpo, de 15 a 20 minutos diariamente (pode passar o protetor solar depois).
O rosto já está exposto durante todo ano, e não há razão para expô-lo ainda mais, pois é a área em que o envelhecimento precoce causado pelo sol se torna mais visível. Então, expondo apenas os braços e as pernas e por um tempo limitado, suas chances de desenvolver câncer de pele serão mínimas, já que essas partes não costumam estar tão expostas durante o ano. Ainda assim, pernas e braços representam quase 30%, 40% da superfície do seu corpo, garantindo a produção adequada de vitamina D.