Percentual de famílias endividadas chega a 71,3% segundo pesquisa Fecomércio-RS

2015-04-10_190211

O cartão de crédito permanece como principal meio de dívida, seguido por carnês, crédito pessoal e financiamento habitacional

O mês de agosto foi marcado por um aumento no percentual de famílias gaúchas endividadas, de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência _ PEIC, divulgada pela Fecomércio-RS. O atual percentual de famílias endividadas é de 71,3%, sendo que no mesmo período, em 2018 era de 67,4%, mas, frente ao mês anterior houve uma queda já que em julho o percentual era de 72,9%.

Nível de endividamento
Em relação ao nível de endividamento, o percentual de famílias consideradas muito endividadas atingiu 18,0% ante a 15,5% no mês anterior e 9,8% em agosto de 2018.
Em análise a pesquisa, 19,9% das famílias que têm renda de até 10 salários mínimos se consideram muito endividadas, enquanto no grupo com mais de 10 salários, 10,2% se consideraram com alto endividamento.

Comprometimento da renda
Em agosto, a parcela da renda comprometida com dívidas foi de 29,1%, levemente inferior à média em doze meses (29,5%). Já o tempo de comprometimento com cada uma delas está em seis meses, superior à média dos últimos 12 meses.

Principais dívidas
Os principais meios de dívida são: cartão de crédito (76,4%), seguido por carnês (35,9%), crédito pessoal (15,5%) e financiamento habitacional (13,7%).
O estudo aponta, ainda, que 25,5% das famílias gaúchas estão com dívidas em aberto (atrasadas), o que representou um aumento frente ao mesmo período do ano anterior que era de 19,8%.
Um dos aumentos observados na pesquisa foi o de famílias que relatam não ter condições de quitar seus débitos pelos próximos 30 dias, passando de 9,0% para 10,2%. Em 2018, o indicador era de 3,9% – extraordinariamente baixo para o período. Apesar do avanço registrado pelo quinto mês consecutivo, o indicador segue inferior ao maior valor da série, que foi de 15,9%, registrado em outubro de 2016.

Dívidas em atraso
A alta do percentual de famílias com dívidas em atraso (25,5%) refletiu os resultados do grupo com rendimento de até 10 salários mínimos, que passou de 27,1% em julho de 2019 para 28,4% em agosto. Entre os núcleos familiares com rendimento superior a 10 salários, houve redução de 15,3% para 13,9% nos mesmos períodos. O tempo médio de atraso para o total das famílias pesquisadas também teve alta, de 62,0 para 63,4 dias.

FGTS
De acordo com o Presidente da Fecomércio-RS, Carlos Bohn: “A possibilidade de saque das contas do FGTS pode ser uma oportunidade para a quitação total ou parcial da dívida de muitas pessoas. No entanto, a alta informalidade do mercado de trabalho continuará sendo um dos principais motivos para a dificuldade das famílias em manter os compromissos financeiros em dia devido a característica da menor regularidade dos prazos e valores das remunerações”.

Expectativa de melhora
Embora a Selic esteja mais baixa, as taxas de juros de cartão de crédito rotativo e cheque especial se mantêm em níveis elevados. “Este cenário, aliado à instabilidade econômica e à informalidade do mercado de trabalho, contribui para o endividamento das famílias e a dificuldade em quitar seus débitos. Sem uma reação efetiva, os resultados não devem melhorar a curto prazo”, comenta Bohn.