Pediatra alerta sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil

2015-04-10_190211
Pediatra Ângela Cagol comentou sobre a prevenção do câncer infantil

O Setembro Dourado é o mês que reforça a importância do diagnóstico precoce no tratamento contra o câncer infantojuvenil. Para a pediatra Ângela Cagol, ações de prevenção à doença são essenciais para conscientizar a população sobre a gravidade da enfermidade. “Ações como essa são fundamentais e muito importantes para a sociedade. Existe hoje uma maior informação e cuidados com essa doença”, explica.
O Centro Espírita Nossa Casa também está engajado com o Setembro Dourado. Susana Lodetti, que trabalha na casa espírita, lembra da importância da campanha.
“A evangelização é muito espiritualizada e trabalhamos isso com as crianças porque queríamos colocar elas numa atividade mais ampla. Escolhemos o Setembro Dourado porque crianças iriam ajudar crianças e a campanha de conscientização é muito amorosa e solidária. O diagnóstico precoce leva a cura e queríamos que as crianças se mobilizassem”, comenta.

O Setembro Dourado
Para intensificar o movimento de conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil, o mês de setembro é tradicional e mundialmente conhecido por representar a causa, que leva como símbolo o laço dourado. Atualmente, o câncer na criança e no adolescente representa de 1% a 3% de todos os casos de câncer diagnosticados, sendo estimado pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) a ocorrência de mais de 12 mil novos casos ao ano na faixa etária de zero a 19 anos.
O câncer infantojuvenil é considerado uma patologia rara que apresenta características distintas, especialmente em relação à histopatologia e ao percurso clínico. Ele faz parte de um conjunto de doenças mais agressivas, com curtos períodos de latência e que se proliferam rapidamente. Entretanto, demonstra perspectivas de bom prognóstico, se houver um diagnóstico precoce com um tratamento rápido e eficaz, sendo que as chances de cura podem chegar a 80%.

Sintomas
É preciso ficar atento a certos sintomas que crianças e adolescentes podem apresentar, como palidez, dor óssea, hematomas ou sangramentos pelo corpo, caroços ou inchaços, especialmente se forem indolores e não acompanhados de febre ou outros sinais de infecção, perda de peso sem causa aparente, febre e sudorese noturna, tosse persistente ou falta de ar, alterações oculares (reflexo branco na pupila, estrabismo recente, perda visual, hematomas ou inchaço ao redor dos olhos), inchaço abdominal, dores de cabeça, especialmente se forem incomuns e contínuas, além de vômitos recorrentes pela manhã ou com piora durante o dia, dores nos membros e inchaços sem qualquer sinal de infecção ou trauma.
O aparecimento de um ou mais desses sintomas não indica especificamente um diagnóstico de câncer, mas eles devem ser investigados através de uma avaliação de um especialista, com exames clínicos, radiológicos e laboratoriais.
Quanto aos vários tipos de câncer infantojuvenil, há uma diferença entre os países. Naqueles em desenvolvimento, com uma população infantil de 50%, a proporção do câncer nas crianças representa de 3% a 10% do total de neoplasias. Já nos países desenvolvidos, essa proporção atinge somente cerca de 1%.
De acordo com a estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA) e do Ministério da Saúde de 2016 a leucemia é o tipo de câncer infantojuvenil mais frequente na maioria das populações (25% a 35%). Os linfomas correspondem ao terceiro tipo mais comum nos países desenvolvidos, já nos países em desenvolvimento, ele ocupa o segundo lugar. Os tumores do sistema nervoso central ocorrem principalmente em crianças menores de 15 anos, com um pico na idade de 10 anos. Os tumores embrionários (retinoblastoma, neuroblastoma, tumor de Wilms), são responsáveis por cerca de 20% de todos os tumores infantojuvenis e quase nunca ocorrerão em outra faixa etária.
Os fatores etiológicos para o câncer infantojuvenil são frequentemente tema de estudos. Dessa forma notou-se que os efeitos da exposição ambiental em crianças são de difícil avaliação e podem não ser um fator causal para o desenvolvimento da doença, diferentemente do que ocorre com os adultos. Por conseguinte, foi evidenciado que as exposições durante a concepção e vida intrauterina são consideradas o fator de risco mais adequado na etiologia desse grupo de neoplasias.