Paciente com hepatite C têm 4 vezes mais risco de desenvolver diabetes

2015-04-10_190211
Só no Brasil, cerca de dois milhões de pessoas são portadoras do vírus

Dois milhões de brasileiros têm hepatite C e não sabem; doença pode causar cirrose e câncer

Apesar da hepatite C ser uma doença comum, muitos brasileiros não sabem que têm a doença. Só no Brasil cerca de dois milhões de pessoas são portadoras do vírus, porém, menos de 15% delas são diagnosticadas, de acordo com a SBH (Sociedade Brasileira de Hepatologia). Estudos mostram que o vírus da hepatite C é capaz de gerar alterações na insulina, por isso, pacientes com essas alterações têm quatro vezes mais riscos de desenvolverem diabetes tipo 2.
Segundo o hepatologista e professor da Unifesp (Universidade de São Paulo) Edison Parise, o vírus da hepatite C “bloqueia parte da insulina, impedindo que ela regule o metabolismo da glicose no organismo, favorecendo o desenvolvimento de diabetes”.
— Essas alterações prejudicam o fígado, já que provocam o acúmulo de gordura. Se estivar mais avançada, causa cirrose e tem risco de desenvolvimento de câncer de fígado.
Pacientes que já tem diabetes também estão mais propensos a desenvolver hepatite C, já que pessoas diabéticas realizam muitos exames sanguíneos e podem ser expostas a sangue contaminado. Diabetes é uma doença crônica que afeta a forma como o corpo metaboliza a glicose.
A hepatite C é um vírus que é adquirido pelo contato com sangue contaminado por meio de agulhas e objetos cortantes, como alicates de manicure. Entretanto, o maior problema é que cerca de 90% das pessoas que tem a doença, não apresentam nenhum sintoma.
O endocrinologista Luiz Turatti, presidente da SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes), ressalta a importância do diagnóstico precoce.
— É importante fazer o exame anti-HCV, que detecta o vírus e que está disponível no SUS [Sistema Único de Saúde] em qualquer UBS. Para que se identificado, o tratamento possa ser iniciado precocemente. A cura pode chegar em torno dos 98%.