OMS acredita que aplicação de doses de reforço não cessará com pandemia de Covid-19

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Mulher segura frasco rotulado como de vacina para Covid-19 em foto de ilustração 10/04/2020 REUTERS/Dado Ruvic

Em comunicado, especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontaram que a aplicação das doses de reforço das vacinas atuais contra a Covid-19 não é uma estratégia viável para acabar com a pandemia do vírus. Solicitando à comunidade científica vacinas que “previnam melhor a transmissão”, o grupo de especialistas encarregado de supervisionar os imunizantes contra o vírus indicou que é “improvável que uma estratégia de vacinação baseada em reforços reiterados das primeiras vacinas seja apropriada ou viável”.

Além disso, os especialistas consideram “que vacinas contra a Covid-19 de elevado impacto em termos de transmissão e prevenção da infeção, além de prevenir formas graves de doença e morte, são necessárias e devem ser desenvolvidas”. Isso limitaria o impacto da Covid em termos de saúde, mas também “a necessidade de medidas sanitárias e sociais rigorosas e em grande escala”, argumentam.

Para a OMS, a crescente evolução do vírus SARS-CoV-2 indica ser necessária uma atualização da composição das vacinas anticovid atuais, a fim de garantir que continuem a fornecer os níveis de proteção recomendados pela organização contra a infecção e a doenças causadas por variantes, incluindo a ômicron.

Pouco mais de seis semanas após sua identificação na África do Sul, os dados de vários países convergem em dois pontos: a ômicron – que se enquadra na categoria de variantes preocupantes da OMS – é transmitida muito mais rápido do que a variante antes dominante, a Delta, e parece causar formas menos graves da doença.

“No entanto, há necessidade de obter mais dados sobre a eficácia das vacinas, em particular no que diz respeito às internações, formas graves da doença e óbitos”, observam os especialistas da OMS.

Ponto importante: não se sabe se essa gravidade aparentemente menor decorre das características intrínsecas da variante, ou se está relacionada ao fato de atingir populações já parcialmente imunizadas pela vacina ou por uma infecção anterior.

Ainda assim, a ômicron está avançando de forma acelerada em muitos países e os casos estão dobrando a cada dois ou três dias, algo inédito em variantes anteriores. A OMS tem como meta acabar com a pandemia este ano. Para isso, além da reformulação das vacinas para que sejam baseadas nas cepas, todos os países precisariam vacinar 70% de sua população até meados de 2022.

Mas esse objetivo ainda está longe de ser alcançado. Globalmente, mais de 8 bilhões de doses de vacinas anticovid foram administradas em pelo menos 219 países ou territórios, de acordo com uma contagem feita pela AFP a partir de fontes oficiais.