Ocupação de leitos volta a cair em Bento, mas patamar ainda segue elevado

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Perfil de mortes no RS muda e mais jovens estão mais vulneráveis

A semana começa com queda no número de internações de pacientes críticos em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em Bento Gonçalves. O cenário, porém, ainda é alarmante. O Hospital Tacchini, registra, nesta segunda-feira (21), uma ocupação de 124,4% dos leitos para pacientes graves, são 56 pessoas internadas na UTI. No final da semana passada a lotação dos leitos estava em 155,5%, com 70 pacientes internados na UTI.

Do total de pacientes em situação mais grave, 85,7% são positivados para Covid-19. De acordo com dados divulgados, neste domingo (20), do Boletim Epidemiológico da Comitê de Atenção ao Coronavírus, foram confirmados 105 novos casos acumulados, em Bento Gonçalves, totalizando 17.466 pessoas positivadas para Covid. Ainda, houve registro de 38 curados, totalizando 15.770 pessoas recuperadas e 299 óbitos confirmados.

Taxa de letalidade menor do que a média brasileira
A taxa de letalidade, em Bento Gonçalves, segue com índice menor que a registrada no país. A incidência de mortalidade está em 245,48/100.000 habitantes. Os óbitos geram uma taxa de letalidade de 1,78%, considerando que a do RS é de 2,6%, e do Brasil 2,40%. A maioria dos óbitos ocorreu em ambiente hospitalar (97%).

Pessoas de 40 a 59 anos são as que mais morrem de Covid atualmente no Estado
No histórico da pandemia, os idosos foram as principais vítimas, especialmente dos 60 aos 79 anos, faixa etária que concentra mais de 15 mil mortes no Estado, quase o dobro do registrado pela população adulta abaixo de 60 anos. O número de óbitos por Covid-19 de pessoas acima de 80 anos também é expressivo: mais de 6,5 mil.

No entanto, desde março deste ano, quando a segunda dose da vacina começou a ser aplicada na população mais idosa, isso começou a mudar. O perfil de quem perde a batalha para a Covid-19 tem se modificado com a imunização. As pessoas mais velhas morreram menos e também recorreram menos aos hospitais em comparação aos demais adultos, especialmente entre 40 e 59 anos.

Apesar da queda mensal de óbitos em todas as faixas etárias, é cada vez maior a concentração de mortes entre pessoas de 40 a 59 anos. Em abril, 28,97% das mortes totais se concentraram neste grupo; em maio, 34,45%; e junho (até quinta-feira), 36,81% – ficando um pouco acima da faixa etária dos 60 aos 79 anos, que tem tido participação cada vez menor nas estatísticas.

Em junho, até a última quinta-feira (17), as pessoas na faixa dos 40 aos 59 anos eram as que mais haviam morrido de Covid-19 no Estado. O número de hospitalizações também tem sido maior neste público em comparação às internações de idosos. A maior parte destas pessoas ainda não tomou a segunda dose e muitos nem a primeira.

E a população mais jovem, dos 20 aos 39, não está imune à pandemia. É a terceira faixa etária que mais precisa recorrer aos hospitais por causa da Covid-19, superando a população acima dos 80 anos. E isso vem ocorrendo desde fevereiro.

Em relação à mudança no perfil das vítimas, cada vez mais concentrado no grupo dos 20 aos 59 anos, é o público que está ainda mais exposto em função do retorno intensivo às atividades. Até que a vacinação se estenda a toda a população adulta, é necessário que todos mantenham os cuidados básicos, como evitar aglomerações, higienizar as mãos e usar máscaras.