Obras públicas abandonadas são ponto de drogas

2015-04-10_190211
Local é utilizado por dependentes químicos, que usam ambientes para uso de drogas

Ginásio do São Roque e “Centro do esporte e Cultura” do Ouro Verde, são consumidos pelo tempo e descaso criticam moradores

O abandono de obras iniciadas pelo poder público é uma realidade criticada pela população de Bento Gonçalves. Em São Roque as obras do ginásio, a princípio, destinado para a comunidade do bairro, estão há mais de um ano paradas. A situação de um Centro de Cultura e Esporte do bairro Ouro Verde é ainda mais preocupante. O local está em situação de abandono, segundo moradores, há mais de um ano. Paredes pichadas, banheiros em situação de calamidade, repletos de lixo. A fiação elétrica foi completamente arrancada por vândalos.
A depredação do Centro de Cultura assusta, e o que era para ser um centro de lazer para a comunidade, se transformou num “centro de encontro! para viciados em drogas.
A verba para a construção é da Caixa Econômica Federal num valor de convênio de R$ 2.020.000,00, mas R$ 1.919.000,00 foram liberados. Em 26 de dezembro do último ano foram liberados ainda R$233.952,78 para a obra. Outros abandonos de obras incluem a creche no loteamento Bertolini, creche no loteamento Santa Fé, Ceacri do Municipal e projeto habitacional no Municipal, hospital do trabalhador (junto a UPA).
Robson Bastos, vendedor de uma loja da localidade, desabafa sobre o abandono da obra.
“Foi entregue há mais de um ano como se estivesse concluída. Os vasos foram arrancados e levados embora. A situação à noite é terrível. O que era para ser um centro cultural, com monitores durante o dia, virou um local para dependentes”.
“Até onde sei estão tentando mudar aqui, fazer uma creche ou escola”, diz. Na opinião de Bastos o local precisa ser cercado.
“Do jeito que está esse prédio é útil apenas para drogados. O correto seria fechar e colocar grade e portão. A construção começou na época do Lunelli, e o Pasin nos últimos dois anos deu continuidade, porém sem concluir”, lamenta.
Bastos não é a única pessoa da localidade que está preocupada com a situação.
O abandono da obra revoltou também o aposentado A.F S. Segundo ele, o medo é diário, e a falta de ação do poder público, possibilita a ação de delinquentes. “As instalações elétricas foram danificadas, está uma bagunça. Havia um guarda que cuidava do local, mas ficou apenas 15 dias. A situação está horrível, inclusive já tive problemas com dependentes químicos”, ressalta.

O sonho da praça da cultura
Na explicação sobre a construção do centro de cultura e esporte, havia muita expectativa e otimismo.
O governo dizia que a Praça do PAC integraria atividades e serviços culturais, práticas esportivas e de lazer, formação e qualificação para o mercado de trabalho, serviços socioassistenciais, políticas de prevenção à violência e inclusão digital, oferecendo cobertura a todas as faixas etárias. Com projeto envolvendo engenheiros, era exibido o fato de que a praça teria 3.000 m² e que iria contemplar desde biblioteca, telecentro à quadra coberta e espaço para crianças.

Ginásio abandonado
O ginásio que seria utilizado pela comunidade do bairro São Roque virou um criadouro de mosquito. Ao lado da obra está a Escola Municipal Ernesto Dorneles.
Os alunos brincam na parte externa da instituição, correndo riscos diariamente, tanto pelo problema da água parada que pode ser criadouro de mosquitos (consequência da obra não ter sido concluída), quanto por animais peçonhentos.
“Essa obra já deveria estar pronta, mas nessa semana nos disseram que vão tentar terminar este ano”, diz uma funcionária da escola. De acordo com outra profissional que trabalha na instituição, já houve denúncias de pais de alunos.
“Alguns pais mostraram preocupação com o fato de existir água parada e fizeram denúncias pelo risco do mosquito da dengue”, afirma.