O voto é a melhor arma para combater a corrupção

2015-04-10_190211

No artigo desta quinta-feira no jornal O Globo, o procurador da República e coordenador da Lava-Jato, Deltan Dallagnol afirmou que há evidências de que a grande corrupção brasileira vem de cima para baixo. Entretanto, a solução precisa ser construída de baixo para cima.
Lavando a alma dos brasileiros, o procurador enumerou alguns dados que apontam o dedo para a elite político-empresarial, lembrando que há razões para crer que a alta corrupção não é característica de toda sociedade brasileira. Dallagnol destacou o Barômetro Global de Corrupção de 2017, que mede a corrupção nas bases da pirâmide social (nos serviços escolares, médicos, burocráticos, policiais e judiciais),e “indica que o Brasil é o segundo país mais honesto da América Latina, atrás apenas de Trinidad e Tobago. O índice de corrupção é metade do chileno e do uruguaio e é quase cinco vezes inferior ao mexicano”, entre outros exemplos que corroboram com a sua convicção. O serviço de bonde (VLT) do Rio de janeiro é o exemplo não científico que mais chama a atenção, até pela pecha de malandro que o carioca carrega. Pois o VLT aboliu o cobrador e a taxa de quem entra e sai sem pagar é menor que 10%, inferior a cidades europeias segundo a concessionária.
Mas, no quesito corrupção da elite político-empresarial, a conta fica no negativo.: uma pesquisa do Fórum Econômico Mundial colocou o Brasil como o 4º mais corrupto entre 141 países, em 2016. No ranking de honestidade da Transparência Internacional de 2017, que avaliou 180 nações, o Brasil figurou na tímida 96ª posição. Nem precisa muita explicação já que o capitalismo de compadrio é mais pronunciada no topo da pirâmide social e os exemplos de como isto acontece nos municípios como nos Estados e União são divulgados pela imprensa diariamente.
Isto posto para levantar a bandeira que o brasileiro não tem o político que merece e sim, que o sistema pernicioso de incentivos nos ambientes político, empresarial e judicial propicia um maior nível de corrupção no andar superior.
Por sua vez a FGV e a Transparência Internacional, reconhecendo a necessidade de mudar este quadro pernicioso lideraram a elaboração do maior pacote anticorrupção da história. As “Novas Medidas Contra a Corrupção” são 70 projetos de lei que atacam a corrupção em 12 frentes, promovendo a integridade no setor público e privado.
Tudo isto para incentivar aos brasileiros, desencantados ou não, políticos que tenham três requisitos básicos: passado limpo, apoiem a democracia e endossem as Novas Medidas.
O único e grande problema é que o projeto de lei está no Congresso Nacional, com a representação política de hoje para definir quem serão os políticos do amanhã. Todos somos sabedores que a corrupção brasileira vem de cima para baixo e a solução precisa ser construída de baixo para cima, mas antes temos que ter força para pressionar a aprovação deste projeto de lei antes que seja recheado de emendas parlamentares e o jogo vire.
Esta é a hora do foco nas “Novas Medidas Contra a Corrupção”. Acompanhe ativamente.