O “vaping”, a nova maneira de fumar, chegou às escolas, e os pais precisam agir

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Bem, você deveria… especialmente se você tem um filho no ensino médio. Essa é a melhor idade para começar a construir suas defesas contra esse novo e difuso hábito prejudicial que é tão popular entre os adolescentes de hoje. E para você que pensa que falou o discurso do “não use drogas” tantas vezes que seus filhos estão imunes às suas influências, pense novamente. Vaping, a “nova maneira de fumar”, onde as crianças usam um dispositivo alimentado por bateria que vaporiza produtos químicos com sabor de doces, nicotina, ou THC (o principal componente psicoativo da maconha) – ou uma mistura de todos os três – para que possa ser inalado, está em todos os lugares. E é fácil de usar… o que faz com que pareça ainda mais inofensivo para as crianças e os adolescentes. Isso está no banheiro onde seus filhos frequentam várias vezes por dia entre as aulas. Está no vestiário antes de um jogo. Está no cinema, nas casas de amigos e em passeios da escola, e pode até ser colocado no bolso da mochila do seu filho ou no estojo deles.

Os produtos de cigarro eletrônico comercializados para crianças são pequenos e muitas vezes disfarçados como uma caneta ou USB. A fabricante de cigarros eletrônicos Juul é extremamente popular entre os menores de idade por seu design elegante e discreto (tanto que sua marca se tornou sinônimo de vaping – Juuling). O vapor é geralmente indetectável, sendo que ao abrir rapidamente a janela pode eliminar qualquer vestígio dos fumos tóxicos.

Fabricantes de produtos e profissionais de marketing sabiam exatamente o que estavam fazendo quando projetaram esses produtos para tentar laçar a próxima geração de crianças para a nicotina e outras substâncias, apesar de suas declarações oficiais e condenação do uso de seus produtos por qualquer pessoa com menos de 18 anos. Mas não acredite que seu filho não consiga colocar as mãos nessas coisas. Eles conseguem – e muito facilmente. Muitas vezes através de outras crianças na escola; todos na turma sabem o que são. Seus filhos provavelmente já foram apresentados a isso, na esperança de que eles possam querer comprar seus próprios aparelhos, que podem custar de R$ 50,00 a R$ 200,00 no “mercado escolar”. Os recipientes de recarga custam apenas R$ 15,00.

Não é apenas o aspecto de dependência com o qual você precisa se preocupar. Há toda uma cultura perturbadora em torno do estilo “vaping”, incluindo maneiras para otimizar seu dispositivo e truques, incluindo soprar as maiores “nuvens” de vapor possíveis – há até mesmo algo chamado Vape Cloud Championship. Basta pesquisar no Google e você encontrará inúmeros vídeos com milhões e milhões de visualizações. A pressão dos colegas para usar essas coisas é enorme, e as crianças são atraídas pela “diversão” que foi criada em torno de um hábito com tantos perigos potenciais. “Todo mundo está fazendo isso”, é a mensagem que as crianças estão recebendo, “não tem problema…”.

Os fabricantes de Vape são rápidos em dizer que o vaping é uma alternativa segura ao fumo, porque não há fumaça de verdade (mas substâncias cancerígenas podem estar presentes em alguns dos cartuchos, dependendo da marca). O que eles deixam de reconhecer é que nossos pulmões foram projetados para inalar uma coisa: o ar. Qualquer outra coisa – água, produtos químicos, drogas – obviamente não é natural e é, portanto, potencialmente perigosa. Muitas receitas de vape contêm produtos químicos que foram proibidos pelo FDA (Food and Drug Administration) em produtos alimentícios, como o diaceytl, ingrediente que desde então foi proibido na pipoca de micro-ondas porque deu aos operários uma doença respiratória incurável conhecida como “pulmão de pipoca”.
Infelizmente, o vaping é novo demais para ter estudos de longo prazo mostrando os efeitos do uso. Vai levar anos até que os médicos possam produzir os dados que serão mais persuasivos do que um pai e uma mãe preocupados lendo uma lista de considerações.

Então converse com seus filhos constantemente, reze e observe-os (uma busca aleatória na mochila de vez em quando também não faz mal). Esses recursos podem ajudá-lo a se familiarizar com esse novo cenário assustador, para que você possa tomar providências se precisar:

Hidden in Plain Site (Escondido em um Local Simples). Este link mostra fotos de itens comuns do dia a dia usados ​​para o uso de drogas e vaping para você verificar no quarto do seu filho.
Surgeon General’s Tip Sheet. Este PDF para impressão é um ótimo recurso para iniciar a conversa com seus filhos se você suspeitar que eles estão usando ou pensando em experimentar.
CDC E-Cigarette Fact Sheet (Informativo sobre o E-Cigarro). O que é, o que faz, como funciona, os riscos gerais à saúde de usar esse dispositivo – que é considerado uma “preocupação de saúde pública”.

Jovens adeptos ao cigarro eletrônico têm mais chances de fumar maconha

O cérebro ainda em desenvolvimento dos adolescentes os deixa mais vulneráveis aos efeitos da nicotina e de outras drogas, como a cannabis

Fumar cigarros eletrônicos pode aumentar as chances de fumar maconha em até 3.5 vezes, especialmente entre os mais jovens. A descoberta, publicada no JAMA Pediatrics, foi feita por pesquisadores do Boston Children’s Hospital e da faculdade de medicina de Harvard. Os pesquisadores usaram 21 estudos pré-existentes sobre o uso de cigarros eletrônicos e cannabis, resultando em uma análise de 128.227 participantes de 10 a 24 anos. Eles descobriram que entre adolescentes de 12 a 17 anos que usam cigarros eletrônicos há 94% de chance de também usarem maconha. Na faixa etária seguinte, entre jovens de 18 a 24 anos, o percentual é de 91%

Segundo os médicos envolvidos na pesquisa, uma teoria para explicar a adição ao cigarro eletrônico e à maconha seria o estágio de desenvolvimento do cérebro dos adolescentes. Eles seriam mais vulneráveis a substâncias viciantes, como a nicotina e a maconha, porque ainda estão em desenvolvimento. O cérebro tenderia, então, a buscar sempre a sensação de recompensa, tornando o consumo de maconha, por exemplo, atraente. Eletrônico ou não, o cigarro continua sendo uma ameaça à saúde presente e futura dos jovens: além dos males associados ao próprio ato de fumar, ele estimula o uso de outras drogas. Ainda de acordo com os pesquisadores, o uso de maconha na adolescência pode causar declínio nas funções mentais até a vida adulta. A cannabis também está associada ao aumento do risco de psicoses, causando alucinações e delírios.

Apesar de possuir menos substâncias tóxicas do que o cigarro convencional, a opção eletrônica também é cheia de cancerígenos. A comercialização deste tipo de cigarro está proibida oficialmente no Brasil, mas a regulamentação está sendo debatida pela Anvisa.

Vapers já são consumidos por pré adolescentes

Indústria da nicotina alicia menores com “canetinha vaporizadora”, como é divulgado o cigarro eletrônico ou narguilé, que já é epidemia nos EUA

Cigarro eletrônico chega nas escolas e ameaça adolescentes Bento Gonçalves já registra inúmeros casos de adolescentes “pegos” com cigarros eletrônicos que são vendidos em qualquer loja de 1,99 na cidade. Por R$ 50,00 as “canetinhas vaporizadoras” são vendidas, sem fiscalização do município à crianças e adolescentes. “É só chegar com o dinheiro da mesada que a ‘dona’ vende”, revela um garoto de 11 anos estudante de uma escola estadual no bairro Progresso.

As professoras atentas, confiscam o aparelho, suspendem o aluno e chamam os pais para uma conversa. Segundo algumas professoras ouvidas, que pediram para não serem identificadas “a maioria dos pais ficam horrorizados, pois acreditavam que as canetinhas eram inocentes, mas na realidade a”essência” pode conter nicotina e outros perigos”. A indústria do tabaco tenta reverter a proibição da venda de cigarro eletrônico no Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) age com a máxima cautela. Principalmente depois do surgimento de centenas de casos de doenças pulmonares graves em jovens nos Estados Unidos , relacionadas ao uso de vaporizadores com sabor.

Cigarro eletrônico é propaganda enganosa que ameaça os adolescentes
O cigarro eletrônico já está na quarta geração. O primeiro era uma canetinha com uma ampola de nicotina líquida, um chip e uma pilha. Ele foi lançado mais ou menos na mesma época em que se proibiu o fumo em ambientes fechados. Ele seria uma alternativa para quem quisesse fumar nos locais onde o cigarro normal era proibido. Depois foram aperfeiçoando até chegar aos vaporizadores (ou vapers). Essa é uma tática interessante da indústria do tabaco. Hoje ela diz que a pessoa não fuma, ela vaporiza. Há um aquecedor do líquido que está lá dentro. Esse líquido tem nicotina, vários sabores e outras substâncias também, como o glicerol.

Nos Estados Unidos, onde houve uma epidemia de uso de vapers, principalmente do Juul, que t tem alta concentração de nicotina, viciando mais. O que vicia é a nicotina. Isso foi lançado como sendo uma redução de danos para os indivíduos que fumam e não conseguem parar de fumar. É propaganda enganosa.Segundo alguns estudos, os jovens que usam o cigarro eletrônico passam a fumar o cigarro convencional em poucos meses. E também cigarro de maconha. Nesses vapers, a pessoa pode colocar um monte de coisas. Há os aditivos, que podemos chamar de perfumarias.
Os pais têm que ficar alerta pois quem usa cigarro eletrônico fica dependente. É uma dependência com uma agressividade jamais vista.

Propaganda liberada
Está em todas as plataformas digitais o endeusamento do aparelho desenvolvido com alta tecnologia pode se transformar em mais uma arma para as pessoas que querem parar de fumar e principalmente para jovens. O cigarro eletrônico funciona da mesma forma que os adesivos e chicletes de nicotina, entregando aos poucos a substância ao fumante. A principal diferença do cigarro eletrônico em relação aos outros produtos é a simulação do ato de fumar, ou seja, a mesma sensação sem causar danos e que pode até ajudar as pessoas a largar o vício. O dispositivo mantém o usuário livre das substâncias tóxicas e cancerígenas, como cádmio, arsênio e muitas outras.

Já está à venda em sete países e consiste em um cigarro sem fumo, ele emite fumaça, mas de vapor. O aparelho contém um líquido composto por nicotina pura, essa solução é aquecida por um circuito elétrico e se transforma em vapor, que é tragado pelo fumante. Esse vapor só contém água e nicotina, por isso o cigarro eletrônico reduz o risco de câncer. Teoricamente a nicotina não causa câncer, mas é a substância que faz com que o usuário se vicie, e neste novo cigarro ela é encontrada em proporções equivalentes a 20 cigarros tradicionais.