O Rugby e eu: notas de uma nova admiradora

2015-04-10_190211
Marcos Fernando Civardi, atleta do farrapos em uma sessão de terapia desportiva - clinica Autoral Wellness Center.

Por: Aline Rodrigues

Personal Trainner (CREF 024163)
Especialista em Atividade Física, Saúde e Quiropraxia
Mestre em Ciência do Movimento Humano

Conheci o rugby faz pelo menos dez anos Ainda na graduação em Educação Física , logo no começo . Minha faculdade ( ESEF/UFPEL ) tem em seus méritos uma atenção especial à historicidade de cada desporto , as particularidades e curiosidades das práticas que foram surgindo .
Na época não me chamou muito atenção pois Ainda era a menina do futebol , filha de jogador de futebol, neta de jogador , irmão e sobrinha . Sim eu pulsava a paixão nacional . Isso tudo em Pelotas , cidade onde vivi 21 anos da minha vida.
Em Bento , já dispondo de uma certa estabilidade profissional , após terminar um Mestrado e concluído uma especialização em Massoterapia Desportiva ( ano de 2014, 2015 talvez ) entrei em contato com o pessoal do clube Farrapos Rugby , clube da cidade , estavam fazendo um certo barulho , movimentavam as pessoas e até certo ponto a mídia também se mostrava interessada. Minha ideia era iniciar uma trabalho , uma parceria com esse pessoal oferencendo um pouco do meu conhecimento . Ao me deparar com dois argentinos ( Javier Cardoso e Facundo Flores ) mais o diretor, ( Bruno Barreto ) garotos com muita cordialidade , disponibilidade e muito conhecimento confesso que me espantei . Tratava-se de um time extremamente organizado , com objetivos claros e dispostos a doação total para atingi-los . Aquele fora um ano difícil acredito , ano em que o clube perdera parte de seu apoio e enfim as batalhas árduas começaram .
Após a primeira reunião que tivemos fui logo assistir o filme “ INVICTUS” ( história de Nelson Mandela ) que retrata um pouco do que significa o RUGBY . Então entendi , tratava-se se uma filosofia , muito distante do meu mundo até então o futebol . Era um jogo de cavaleiros e isso me impressionou muito .
Ainda sem entender as regras ( mas já entendia as lesões e os machucados que cada jogador sofria após as partidas ) comecei a atender os atletas e aí me apaixonei perdidamente por esse fenômeno chamado Rugby . O mais interessante nesse processo todo e que pude perceber que os perfis eram muito parecidos e ser “ do bem “ e “ jogar rugby “pareciam ser sinônimos .
Convivendo mais intensamente com o dia dia de um atleta em especial , Marcos Fernando Civardi , (o Civa) fui entendo as regras , o jogo e o esporte as angústias , as leões , e a vontade de seguir jogando.
Pude presenciar também a falta de apoio , de incentivo financeiro de respaldo e até de credibilidade . Vi atletas tirando dinheiro do próprio bolso pra viajarem representando a cidade diversas vezes . Vi meninos trabalhando dois turnos e treinando a noite . Todos os dias . Vi guerreiros , vi vencedores de verdade. E esse final de semana em especial vi tudo isso junto em campo , na final do campeonato super 8 , o campeonato Brasileiro de Rugby . É nossos meninos estavam lá ! Estavam na TV , em rede nacional ! Mais uma vez sem grana , sem ônibus cedido , sem apoio financeiro mas com muito apoio de suas famílias e amigos , com Apoio e torcida de muita gente da cidade . Foi lindo . Assistir essa final me renovou , me trouxe orgulho de pertencer a essa cidade , orgulho de participar desse processo todo .
Ainda não me considero uma entendedora nata de rugby , Ainda não entendo quando é Scrum ou lateral mas uma coisa eu sei , sou apaixonada por esse esporte e vou disseminar explicar ele para o maior número de pessoas que eu puder . Me sinto vice campeão brasileira de Rugby e quero seguir trabalhando e melhorando a vida de todos os atletas que eu puder . Parabéns Farrapos Rugby , Parabéns meninos que jogam com garra e que dão o sangue !! É o esporte na sua essência melhorando o mundo .