O que é o exame pré-nupcial que SUS quer oferecer, mas médicos criticam

2015-04-10_190211
Um exame genético que aponta, antes de um casal decidir ter filhos, a probabilidade da criança ter certas doenças raras. É esse o “exame pré-nupcial” que o Ministério da Saúde estuda incluir no sistema público (SUS). A proposta tem recebido duras críticas de geneticistas, que consideram que a sugestão causará “um enorme custo a saúde publica sem um planejamento adequado”.
Feito a partir da coleta de sangue ou de qualquer outro material que contenha DNA (saliva, mucosa oral ou pedaço de pele), o teste de compatibilidade de casal é capaz de detectar a existência de genes ligados a algumas doenças genéticas hereditárias, bem como identificar a probabilidade de os futuros filhos serem ou não afetados por eles.
Na rede privada, o exame custa cerca de R$ 12 mil. O Ministério da Saúde afirma que a inclusão no sistema público seria para reduzir gastos com doenças raras. Os geneticistas afirmam que o exame não é capaz de detectar toda a gama de doenças raras, e dizem que o investimento nesse tipo de exame não é prioritário.
De acordo com a SBGM (Sociedade Brasileira de Genética Médica e Genômica), hoje uma pessoa com doença rara demora mais de 7 anos para chegar a um diagnóstico adequado.
Como é o teste Os tipos de doenças identificados pelo teste variam de acordo com o exame, segundo a geneticista Mayana Zatz, coordenadora do Centro de Pesquisas sobre o Genoma Humano e células-tronco.
“São muitas variáveis que devem ser levadas em consideração ao traçar a probabilidades de um casal ter um filho com doenças raras”, aponta a geneticista, que alerta que nenhum teste é capaz de rastrear todas as doenças raras existentes, até porque os genes de muitas delas ainda são desconhecidos. De acordo com a SBGM (Sociedade Brasileira de Genética Médica), há 7.000 doenças raras.