O que é o “ciclone bomba” que está causando estragos no Sul

2015-04-10_190211

Chuvas torrenciais, queda drástica nas temperaturas, ventos de mais de 100 km/h e até neve. Um ciclone extratropical, fenômeno também chamado de “ciclone bomba”, vai mudar o clima nas regiões Sul e Sudeste do Brasil nos próximos dias. Principalmente nos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, onde o fenômeno já está sendo sentido com mais força e provocando estragos, a previsão é de quedas abruptas nas temperaturas, com possibilidade até mesmo de causar neve no Sul e geada no Sudeste. No Sudeste, porém, os efeitos serão menores. O ciclone deve apenas tangenciar o Estado de São Paulo em sua passagem pela região. Ainda assim, a previsão do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) é que as temperaturas na capital paulista chegue a 8º C entre a noite de quinta e a madrugada de sexta-feira. Em cidades como Florianópolis e Balneário Camboriu, em Santa Catarina, a passagem do fenômeno deixou um rastro de destruição. De acordo com o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Heráclio Alves, ciclones extratropicais são relativamente comuns e são formados por áreas de baixa pressão atmosférica.

Este que passa pelo Brasil surgiu próximo ao Paraguai e vai cruzar diversas regiões continentais até chegar ao oceano, onde ainda atua por algum tempo e depois perde força. “Ele causa basicamente ventos mais fortes, muita chuva, e a partir daí que se formam as frentes frias. Entre ontem e hoje, foram registradas rajadas de vento de 50 a 100 km/ h no Rio Grande do Sul. Amanhã, ele se desloca para o oceano, quando o passa a afetar mais a costa do país”, afirmou o especialista do Inmet à BBC News Brasil. As consequências, segundo ele, são ondas maiores e uma grande agitação no mar. Isso deve ocorrer na faixa que vai do Rio Grande do Sul até o Rio de Janeiro. A Marinha emitiu um comunicado para alertar que a região Sul deve ter mar agitado e ondas de até 7 metros nas próximas horas. Algumas regiões montanhosas de Santa Catarina podem ter ventos de até 140 km/h. Os vendavais que já estão sendo provocados pelo ciclone podem arrancar telhas de imóveis e causar tempestades.