Não foi desta vez

2015-04-10_190211

Visivelmente constrangidos, os vereadores votaram, finalmente, a revisão do Plano Diretor do Município de Bento Gonçalves. Vergonha alheia à parte, depois do rumoroso vazamento de áudio que apontava o dedo comprometedor a alguns vereadores, as 81 emendas que deveriam agradar a gregos e troianos, resumiram-se a 33 e acabaram sendo aprovadas somente 18.
Uma única emenda, do pacote das polêmicas, resultou um grande tiro nos pés de quem se ressentiu de ter perdido o “direito de legislar”. A emenda 180 foi aprovada, contrariando a análise do Complan, e agradando em cheio os ruidosos moradores do bairro São Bento. Agora a altura dos prédios não poderá passar dos seis andares não só no corredor gastronômico, como também nas ruas Salgado Filho e Parnaíba.
Nas mais de duas horas de debate acerca das emendas foi gritante o desânimo dos parlamentares. Gilmar Pessutto foi quem melhor ilustrou a tarde da votação do Plano Diretor. Querendo mostrar comprometimento, tropeçou nas próprias palavras ao proferir a incompreensível justificativa: “os vereadores ficaram numa situação complicada. Se votarmos a favor estamos corretos e se votarmos contra também estamos, então é complicado para nós vereadores”. A abstenção do Vereador Pasqualotto, um dos investigados pelo Ministério Público, foi eloquente. Antes um defensor das emendas e, na sessão de votação, um vereador desiludido.
As investigações dobre as possíveis ofertas de propinas para aprovação das emendas seguem sob sigilo no Ministério Público.
Não foi desta vez que o Plano Diretor sofrerá alterações drásticas.
Boa leitura!