Na luta pelo diagnóstico precoce para o autismo

2015-04-10_190211

Nesta segunda-feira, dia 2, foi celebrado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, que são distúrbios que causam problemas no desenvolvimento da linguagem, nos processos de comunicação, na interação e comportamento social da criança. A Gazeta entrou em contato com duas importantes instituições de Bento Gonçalves que trabalham com crianças e jovens autistas. Uma delas, a Associação Pró Autista Conquistar (APAC) fez atividades especiais com os alunos em alusão à data.
Além da relevância dessas ações, é necessário salientar que o diagnóstico precoce do autismo é de extrema importância, e foi justamente isso que o familiar de uma menina autista de 13 anos comentou em depoimento. Proporcionar um tratamento adequado e uma socialização para a criança é crucial para que a pessoa que sofre do transtorno tenha um futuro promissor. “É importante termos consciência da inclusão, pois não é o autista que deve se incluir na sociedade, mas sim a sociedade que deve estar preparada para inclui aqueles que são diferentes”, enfatizou o familiar de uma das adolescentes.
A BBC de Londres inclusive fez uma matéria, para marcar o dia D, com sete britânicas que só souberam do diagnóstico na idade adulta. Uma delas disse que só soube ser portadora de síndrome de Asperger (uma das formas do autismo) depois do diagnóstico do filho. “Se não fosse por isso eu nem saberia que era autista. Quando meu autismo foi identificado, foi como se eu tivesse tirado do corpo um espartilho que eu sequer sabia estar usando.”, constatou, demonstrando sentimento de liberdade. “O mais importante é que o diagnóstico enriqueceu minhas relações pessoais e fez de mim uma mãe mais confiante”, relatou.
Outra, revelando um preconceito, disse que jamais pensou que, sendo psicóloga clínica, poderia ser autista. “É incompatível, porque autistas não têm empatia”, pensava. “Caiu a ficha durante uma aula de psicologia em que estávamos aprendendo sobre diferentes síndromes, autismo incluído: ‘Nossa, parece muito comigo’. Fui diagnosticada aos 32 anos e isso mudou completamente a minha vida e a minha identidade para melhor”, pontuou.
Cada vez mais estudos jogam luzes sobre o autismo e ajudam a desmitificá-lo. O mínimo que se espera de uma sociedade inclusiva, é a capacitação das instituições de ensino com profissionais adequados e que a a sociedade se abra para acolher pessoas diagnosticadas com o distúrbio. Quanto mais informação, e digtanóstico precoce e capacitando os pais e profissionais, menos estas crianças sofrerão o estigma da não inclusão. Uma sociedade inclusiva é uma sociedade saudável.