Mulheres podem ter acesso gratuito ao DIU de cobre pelo SUS

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Mulheres interessadas em implantarem o DIU devem procurar uma unidade básica de saúde

O número de registros de nascimento lavrados no Serviço de Registro Civil de Bento Gonçalves era de 953 até o dia 21 de julho. Entre 2015 e 2016 houve uma redução de 206 nascimentos (1738 no primeiro, contra 1532 no segundo).
Para o controle de natalidade da população, o Ministério da Saúde distribui o contraceptivo chamado de Dispositivo Intrauterino (DIU) de cobre, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), gratuitamente. Mas, segundo dados do órgão, somente 1,9% das mulheres em idade fértil usam o DIU de cobre. A meta, com a medida, é de atingir 10% das mulheres até 2020.
De acordo com o Secretário Municipal de Saúde, Diogo Siqueira, 90 DIUs foram implantados em Bento Gonçalves em 2016. A enfermeira e coordenadora do Programa Saúde da Mulher, Evelise Bender, relata que os números deste ano ainda não foram computados, mas devem ser próximos aos do ano passado.
“Ainda falta maior procura, mas acreditamos que deve aumentar com a divulgação”, avalia. “É necessário que a mulher interessada procure qualquer unidade básica de saúde, e então irão encaminhá-la para a Unidade Central, onde fará uma avaliação”, explica. O próximo passo, antes do implante, é de realizar exames para analisar qual a condição de saúde da interessada. “O processo entre a procura e o implante é de média de dois meses”, afirma Evelise.
O DIU de cobre custa, em média, R$ 120, sem a colocação. No mercado também há o DIU hormonal, que é conhecido como SIU, que custa em média, R$ 800, só o aparelho. A enfermeira relata que o DIU oferecido pelo SUS não tem os hormônios, mas a função contraceptiva é a mesma.
A administradora Sinara Elisa Migot, de 29 anos, deve implantar o DIU através do SUS, “se tudo der certo”, em outubro deste ano. Ela conta que tomava a pílula e não se adaptou, então passou para um anticoncepcional injetável mensal.
“Este me adaptei, mas a grande quantidade de hormônios não me agradava, porque afetou a minha saúde. Então comecei a pesquisar sobre o DIU e optei por conta de não correr o risco de esquecimento, a quantidade de hormônios é menor, pois vai liberando eles aos poucos. Achei bem mais prático, seguro e saudável”, opina.
Ela soube que o governo distribuía gratuitamente por intermédio de uma atendente do posto de saúde. “Acredito que não seja muito divulgado, pois nunca vi propagandas do governo sobre isso, tanto que me surpreendi com a informação”. Sinara marcou a consulta de rotina com a ginecologista, que solicitou o exame endovaginal, colonoscopia e citologia oncótica. Para a administradora, a maior dificuldade foi a marcação dos exames.
“Eles demoram para serem marcados e feitos pelo SUS. Existe a possibilidade de fazê-los particulares para agilizar o processo, porém o valor deles particulares é alto, então optei por aguardar o SUS, porque não era uma situação de urgência”, comenta, lamentando o fato de que já faz dois anos que está no aguardo, desde a primeira consulta. Porém, Sinara não se arrepende de esperar. “É de graça. Seria bem mais caro se fosse particular, tanto os exames quanto o DIU em si”, conclui.
Enquanto a pílula tem um índice de falha de 6%, o índice do DIU oscila entre 0,2% e 0,8%. Eles são reversíveis, porque podem ser removidos, e duram cinco anos em média.