Montanhismo e paixão por automobilismo traçam a rota de casais aventureiros do Brasil e Holanda

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Originalmente da Holanda, eles migraram para a Nova Zelândia com seus três filhos em 1985 e atualmente moram em Wellington

O casal de brasileiros (apaixonados por montanhismo) e um casal holandês, que não escondem a paixão pelo automobilismo, relatam a experiência e os desafios de viajar o mundo

Um casal aventureiro, apaixonado pela vida e novos desafios. Os alpinistas amadores, Juliana Tozzi e Guilherme Simões já passaram por mais de 30 lugares diferentes, até que Juliana teve um câncer de mama. Após superar a doença, Juliana engravidou, e novamente foi surpreendida por uma notícia ruim.
Após os primeiros meses de gestação, a montanhista desenvolveu um quadro de Degeneração Cerebelar Paraneoplástica (síndrome rara que afeta os movimentos do corpo, além da capacidade de se comunicar).
Com apoio da família e com muita determinação, o casal superou os obstáculos e começou a planejar a maior aventura de suas vidas: uma volta ao mundo num tempo estimado de cinco anos. Uma das principais companhias da viagem (além de Simões) é Julietti, (nome carinhoso dado para a cadeira adaptada desenvolvida por Simões, e que possibilita que a montanhista realize a aventura.
O objetivo do casal aventureiro é viajar por cerca de 70 países em cinco anos. Simões, Juliana e Benjamim (filho do casal de apenas dois anos) estarão a bordo de uma Camionete Mitsubishi, com um trailer sendo puxado. “Nossa aventura começa no dia 2 de junho de 2019, quando vamos partir para a Bolívia. Se tudo der certo a Ju será a primeira montanhista cadeirante do mundo a subir uma montanha com mais de 6000 metros”, projeta.
O entusiasmo dos meses que antecedem a aventura é compartilhada pelo casal. Ju, como é carinhosamente chamada por Simões, não esconde a felicidade estampada no sorriso largo e radiante. Para Simões não é apenas uma prova de amor, mas de superação. “Estamos sempre bem animados e as coisas vão acontecendo. As pessoas são muito acolhedoras para a causa, e isso é muito bacana. Estamos superando desafios”, se emociona.

A história do casal
Juliana e Simões se conheceram há 11 anos no ônibus a caminho para a universidade, e em pouco tempo começaram a namorar. Os dois com espírito de aventura, venceram diferentes desafios. Segundo o jovem montanhista,sempre foram um casal apaixonado por trilhas, montanhas e viagens. Juntos, já caminharam por mais de 30 lugares diferentes, até que Juliana teve um câncer de mama. Com apoio da família e com muita determinação, o casal venceu a doença.
Depois do susto, os montanhistas decidiram dar uma pausa na vida de aventuras e partiram em busca de uma nova realização: um filho. Juliana então engravidou, mas no meio deste novo percurso de vida, um novo problema de saúde apareceu. O diagnóstico: Degeneração Cerebelar Paraneoplásica, uma síndrome neorológica extremamente rara, no caso da Juliana, por conta do reaparecimento do câncer.
Mesmo com toda a dificuldade de uma gestação de risco, Juliana conseguiu concluir a gravidez com segurança até o 7º mês, quando o pequeno Benjamin nasceu.
O amor do casal pelas montanhas continuava, mas a Juliana já não conseguia mais chegar a elas. Para fazer a Juliana viver a vida do jeito que ela estava se impondo, Guilherme fez uma promessa a sua esposa: “onde você quiser ir, eu vou te levar”.
A partir daí iniciou-se uma mobilização entre marido, esposa e amigos. Depois de algumas tentativas, Guilherme levou Juliana para as montanhas com uma nova companheira, a “Julietti”, uma cadeira adaptada desenhada especialmente para a Juliana. A cadeira deu tão certo que a ideia é que ela, a Julietti, seja acessível ao maior número de pessoas portadoras de outras deficiência.

O casal de holandeses que roda o mundo
Fred e Elizabeth Smith são holandeses, e desde 1985 moram na Nova Zelândia. Há pouco mais de três anos começaram uma aventura pelo mundo, que deve ser finalizada em 2019. A bordo de um Mercedes 1957, o casal de aventureiros conhecem cada “esquina” do globo. Na última semana estiveram em Bento Gonçalves, onde puderam degustar e aproveitar as belezas da Serra Gaúcha.
A parada pontual em Bento é importante e especial porque é um marco na aventura. A chegada na cidade marcou os 100.000 quilômetros rodados. Apaixonados por carros antigos, o casal que viaja num clássico Mercedes fabricado nos anos de 1950, devem visitar fábricas da marca espalhadas pelo mundo, além de fazer rotas de rally.
O casal visitará famosas pistas de corrida, incluindo o Nuerburgring na Alemanha e as faixas de Brooklands e Silverstone na Inglaterra. Eles visitarão as fábricas Mercedes Benz no Brasil, no México, nos EUA e na Alemanha, bem como em museus que refletem carros da época.

Sobre o casal
Originalmente da Holanda, eles migraram para a Nova Zelândia com seus três filhos em 1985 e atualmente moram em Wellington. O casal viajou o mundo extensivamente para o trabalho e como turistas, visitando muitos lugares na Europa, nas Américas, na Ásia, no norte da África e no Pacífico.
Elisabeth trabalhou há muitos anos no setor social, cuidando de crianças com deficiência física e mental e idosos. Fred, um engenheiro geotécnico, trabalhou em vários países como gerente de projetos para grandes projetos de engenharia civil. Ele também foi encarregado de uma frota de embarcações de pesquisa e exploração marinha.
Fred e Elisabeth dirigiram-se extensivamente nas Américas e experimentaram as difíceis condições rodoviárias de África e Austrália.
Eles dirigiram o Mercedes Benz 220S Ponton de 1957 e seu carro vintage de 1929 em muitos comícios de carros, muitas vezes em exigentes condições fora de estrada e do caminho.
Em 2014, após alguns anos de preparação, os pioneiros do automobilismo Fred e Elisabeth embarcarão em uma aventura de condução mundial inovadora. Eles iniciaram a aventura na Nova Zelândia, passando pelas Américas, Europa e Rússia, além da Índia, Malásia e Austrália, para em 2019 voltarem para casa.

A preparação
Fred e Elisabeth não estão buscando patrocínio financeiro. No entanto, no site da turnê, em apresentações e qualquer reconhecimento adequado da capa de mídia será dado ao apoio substancial fornecido por amigos, especialistas técnicos, fornecedores e parceiros.
De muitos amigos e especialistas, a equipe recebeu uma enorme quantidade de apoio e assessoria técnica na preparação do passeio; muito numerosos para mencionar, mas todos foram muito bem-vindos, muito apreciados e de grande ajuda.
A Bristol Motors Ltd da Upper Hutt, uma empresa altamente especializada que repara e restaura veículos veteranos, antigos e clássicos, cuidou dos carros de Elisabeth e Fred por mais de 20 anos. O conselho e o apoio técnico em curso prestados por Dave e sua equipe de especialistas tem sido excelente e de valor insustentável para a turnê mundial de Mercedes de 1957.
Fred e Elisabeth passaram muitas horas procurando por pneus para sobreviver às difíceis condições de roading que provavelmente seriam encontradas durante sua turnê mundial. Após extensas discussões com a Kumho New Zealand e a Kuhmo USA, foram selecionados pneus comerciais de 8 camadas. A Blirt Supertyre Distributors Ltd (www.blairs.co.nz) forneceu e descartou significativamente os pneus Kumho 857.

Os melhores lugares para a prática do montanhismo
O montanhismo é a mistura perfeita das duas atividades que mais fazem bem para o corpo e para a mente: a prática de esporte e o contato com a natureza. O Brasil é repleto de lugares incríveis para esta atividade e abaixo você pode conferir quais são eles.
Visual das Águas – Bragança Paulista, SP
A região de Bragança Paulista é outra ótima opção para quem curte esportes de aventura. O conjunto conhecido como Visual das Águas, por exemplo, é ideal para quem quer dar os primeiros passos no montanhismo, com direito a uma bela visita da represa da cidade. Os amantes da adrenalina também podem conferir outros dois maciços rochosos na região: a Pedra Maria Antônia e a Pedra do Santuário, esta com altura média de 50 metros salpicados por granito e cristais, locais perfeitos para escalada com diferentes graus de dificuldade.
Pico da Neblina, Santa Isabel do Rio Negro, AM
Localizado no norte do Estado do Amazonas, na Serra do Imeri, o Pico da Neblina é o ponto mais alto do Brasil com 2995,30 metros de altitude, destino preferido dos montanhistas. O trajeto é tarefa árdua para os desbravadores, que costumam levar 10 dias, tendo o calor, a umidade e o cansaço como os piores adversários, mas, no final, o espetáculo da natureza e o senso de vitória superam tudo!
Embora o maciço do Pico da Neblina esteja situado na fronteira com a Venezuela e a maior parte da área do maciço esteja nesse país, o cume principal está inteiramente dentro do território brasileiro.
Pedra Grande, Atibaia, SP
Pedra Grande é perfeita para os praticantes de paraglider e asa delta. O local também é ideal para a prática de trekking. O destaque é a trilha que sai do Vale do Flamboyant. O trajeto tem três quilômetros, com desnível, trecho recomendado para iniciantes em montanhismo. Pode-se avistar do cume da pedra, o município e as montanhas da região.
Pico de São Domingos, Serra da Mantiqueira, MG
O Pico de São Domingos, na Serra da Mantiqueira, divisa entre Córrego do Bom Jesus, Gonçalves, Camanducaia e Paraisópolis, em Minas Gerais, está a 2.100 metros de altitude do nível do mar. Lá do alto tem-se uma visão de 360º das paisagens de Gonçalves, da Pedra Bonita (que é o pico mais alto da região, com 2075 m), da região de Campos do Jordão, da Pedra do Baú, da região de São Bento de Sapucaí e Paraisópolis, da cidade de Cambuí, de Córrego do Bom Jesus e Monte Verde (distrito de Camanducaia), além de toda a região da Fernão Dias.
Pico do Cristal, Serra do Caparaó, MG
O Pico do Cristal é o sétimo mais alto do país, na Serra do Caparaó, também em Minas Gerais, com 2.769 metros, e é considerada uma montanha de forma perfeita. No local, cristais de quartzo afloram na superfície, provocando um fenômeno natural de rara beleza à luz da lua.
A montanha fica na mesma porção do Pico Calçado e do Pico da Bandeira, porém o seu acesso é mais técnico, além de exigir boa dose de resistência e ousadia. O local reserva surpresas aos novatos, o que requer a presença de um guia. Uma vez vencida a subida, revela-se diante dos olhos todo o esplendor de Minas Gerais.