Mínimo da uva está R$0,50 abaixo do ideal, afirma presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais

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Segundo Cedenir Postal, o custo variável do produtor é de R$1,40, mas mínimo está em R$0,92

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Cedenir Postal, está descontente com o valor definido do preço mínimo da uva, em R$0,92. Segundo ele, a divulgação de uma tabela com os preços das demais variedades (o valor de referência de mínimo é baseado na Isabel a 15º glucométricos), deixou os produtores ainda mais insatisfeitos. “Quando eu assumi o Sindicato, em junho do ano passado, já estava em andamento as tratativas, não tivemos o que fazer. Conseguimos com que, pelo menos, o valor não baixasse, assim como queriam os compradores de uva”, conta.
Postal defende que o preço mínimo da uva deveria ser de R$1,40. “O custo calculado pela nossa comissão é de R$1,01. Ele reúne custo de tratamento, adubação, mão-de-obra. Já o custo variável, que é fixo, e engloba reformas de parreirais, fica em R$1,40, então este é o valor certo que tinha que ser. Na verdade está em R$0,50 a menos do que deveria estar”, calcula.

Preço mínimo
A portaria do preço mínimo da uva da safra deste ano foi publicada no Diário Oficial da União no dia 8 de dezembro de 2017. De acordo com Postal, além desse, foi publicado o Comunicado CONAB/MOC nº 025, de 15 de dezembro de 2017, relativamente ao Título 63 – Normas Específicas de Uva Industrial – Safra 2017/2018. “Este comunicado apresenta a tabela de preços mínimos para as uvas da safra 2017/2018 e a tabela com os valores de referência e equivalência para fins de financiamento da safra”, comenta. “O Ibravin divulgou agora a tabela completa com todas as variedades. Eu fiz uma publicação na página do Facebook do Sindicato e os produtores não estão contentes com estes valores. Esta postagem está rendendo repercussão”, acrescenta.
Conforme o presidente, no ano passado a entidade não fez parte da comissão que definiu os valores. “Nossa ideia agora é formar uma comissão de uva do nosso sindicado e convidar novos agricultores, novos associados para envolvê-los também na negociação. Quanto mais força este movimento tiver, mais fácil iremos conseguir que o preço suba”, afirma. O representante da entidade prevê que no período que sucederá a safra, a nova comissão do Sindicato será criada.
Postal explica que existe uma comissão interestadual que discute o preço mínimo, composta pelos sindicatos dos trabalhadores rurais de municípios onde tem produção de uva, como Garibaldi, São Valentim do Sul, Guaporé, entre outros, e até mesmo alguns locais de Santa Catarina.
Ainda, existe uma cadeia da uva que se reúne, sob coordenação do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), da qual fazem parte associações, cantinas, e sindicatos. “Todos são ligados ao setor e cada um briga pelo seu lado. O nosso é o mais fraco, porque tem menor representação”, diz.