Microplásticos encontrados no sal de cozinha

2015-04-10_190211

Há muitos anos atrás, foram encontrados microplásticos junto ao sal, nosso tempero mais antigo, mas ainda não estava claro, em que medida. Hoje, uma nova pesquisa mostrou que 90 por cento das amostras coletadas de marcas de sal de cozinha no mundo todo.
Segundo uma nova análise de pesquisadores da Coreia do Sul e Greenpeace do leste da Ásia, das 39 marcas de sal testadas, 36 continham microplásticos. Utilizando como base estudos anteriores sobre o sal, esse novo trabalho é o primeiro de sua amplitude a examinar a distribuição geográfica de microplásticos no sal de cozinha e sua relação com os locais onde existe a poluição com plásticos no ambiente. “Os resultados sugerem que a ingestão humana de microplásticos por meio de produtos marinhos tem forte relação com as emissões de uma determinada região”, afirmou Seung-Kyu Kim, professor de ciências marinhas da Universidade Nacional de Incheon na Coreia do Sul.
Amostras de 21 países da Europa, América do Sul e do Norte, África e Ásia. Apenas três marcas não continham mocroplásticos: Taiwan (sal marinho refinado), da China (sal de halita refinado) e da França (sal marinho não refinado produzido por evaporação solar).
A densidade de microplásticos encontrada no sal variou drasticamente entre as diferentes marcas, porém as marcas asiáticas apresentaram níveis especialmente elevados, constatou o estudo. As maiores quantidades de microplásticos foram encontradas no sal vendido na Indonésia. A Ásia é um local de destaque para a poluição com plástico e a Indonésia — com 54,7 mil quilômetros de costa — foi classificada, em um estudo não relacionado de 2015, como o segundo pior país em nível de poluição por plástico do mundo.
Este novo estudo é o quinto publicado sobre o sal nos últimos anos. Os anteriores foram conduzidos na Espanha, na China, nos Estados Unidos e por um grupo da França, Grã-Bretanha e Malásia.
Professora da Universidade Estadual de Nova York, em Fredonia, em parceria com pesquisadores da Universaidade de Minessota em um estudo distinto a respeito do Sal, Sherri Mason afirmou em entrevista que as novas descobertas acrescentam “uma nova peça no quebra-cabeça” da avaliação do impacto dos microplásticos. “É interessante terem encontrado níveis maiores na Ásia. Embora não seja surpreendente, ainda são necessários os dados”, conta ela. “Os primeiros estudos identificaram traços de microplásticos em produtos de sal vendidos nesses países, porém não sabemos a quantidade encontrada”. Este novo estudo mostra que microplásticos estão espalhados por toda parte. Não se pode considerar que, comprando sal marinho na Inglaterra, esteja-se salvo do problema.

É Prejudicial à saúde?
Ainda não foram realizadas pesquisa suficientes para determinar que os microplásticos sejam nocivos. A análise de 320 estudos existentes verificou “grandes lacunas de informações” no conhecimento científico sobre o impacto dos microplásticos. Os estudos examinaram diferentes tipos de microplásticos, como micropartículas, fragmentos e fibras, o que resultou em uma falta de correspondência entre os dados pelo fato de comparar “alhos com bugalhos”, explicou oficialmente Alistair Boxall, professor de geografia da Universidade de York e coautor do estudo. “Com base em nossa análise, atualmente há pouca evidência que sugira que os microplásticos estejam causando impactos adversos significativos” afirmou.
Boxall acrescentou que o enfoque nos microplásticos pode desviar as atenções de problemas de poluição ambiental piores (e mais fáceis de identificar), como as pequenas partículas que se desprendem dos pneus.

Dica
Você pode comprar sal grosso e usa no moedor, ou ainda moê-lo no liquidificador.