Micro-ondas contra o câncer já está disponível no Brasil

2015-04-10_190211

A técnica que utiliza micro-ondas para remover tumores é indicada para cânceres de fígado, rim, pulmão e ossos, a ablação por micro-ondas é apontada como uma opção para tratar lesões de forma menos invasiva e mais rápida, reduzindo o tempo de internação e preservando a função dos órgãos que recebem o tratamento.
O tratamento está disponível no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) e o método já demonstrou que alcança resultados semelhantes aos obtidos em cirurgias, mas sem remoção de tecidos sadios. “Como trata os tumores com baixa invasividade, o paciente faz o tratamento e pode ir para casa no outro dia.
Quem tem doença metastática muitas vezes, após a cirurgia, precisa de três meses de recuperação”, explica Marcos Menezes, coordenador-chefe do Serviço de Radiologia do Icesp e presidente da Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endovascular (Sobrice).
A técnica é indicada para tumores de até 3 centímetros de diâmetro. Após um pequeno corte, a agulha que vai aquecer a lesão é inserida e guiada por ultrassom ou tomografia computadorizada.
“No caso de micro-ondas, eleva-se a temperatura e ocorre a destruição do tumor. A 70 °C, 80 °C, qualquer tecido morre. E o organismo absorve isso na linha do tempo”, diz Menezes. Desde 2009, o Icesp já oferece tratamento semelhante, mas utilizando radiofrequência. De acordo com Menezes, a nova técnica tem a vantagem de ser mais rápida. “Ela tem mais energia do que a radiofrequência. Para tratar uma lesão de 1 cm, a radiofrequência demora de 12 a 15 minutos. No micro-ondas, demora um minuto.”Superintendente da Medicina Diagnóstica do Hospital Sírio-Libanês, Cesar Nomura diz que a técnica de ablação por micro-ondas já está consolidada na medicina oncológica há mais de cinco anos.
O hospital também começou a fazer o procedimento e quatro pacientes foram submetidos à técnica. O método, segundo ele, abre possibilidades de tratar lesões em pacientes com mais de um tumor nos órgãos que podem receber a técnica. “Se tiver um fígado com lesões do lado direito e do esquerdo, é possível tratar e, após o procedimento, a função hepática é mantida. É um tratamento para melhorar a qualidade de vida desse paciente e aumentar a expectativa de vida.”

Seleção
Mas nem todos os pacientes podem ser submetidos ao método. “Depende do tamanho da lesão e da localização. Ela (a técnica) está contraindicada para lesões de fígado em posições centrais, porque pode lesar a via biliar. Em pulmão, não pode ser perto de brônquios grandes”, diz Menezes.