Metade das pessoas infectadas com covid-19 podem ter problemas de saúde após a doença

2015-04-10_190211

Muitos apresentam cansaço, dificuldade em respirar, dor no peito, dores nas articulações e perda do paladar ou do olfato

A forma longa da covid-19, em que problemas de saúde são registrados mesmo após a fase aguda da doença, pode atingir metade dos infectados pelo novo coronavírus. A informação foi retirada de um estudo americano, onde os pesquisadores avaliaram dados de mais de 250 mil pacientes e observaram que grande parte dos analisados apresentava dificuldades de saúde física e psicológica por até seis meses.
Os investigadores acreditam que os dados são alarmantes e enfatizam a necessidade de os sistemas de saúde se prepararem para o grande número de sobreviventes do novo coronavírus que precisarão de assistência para uma variedade de dificuldades.
Os autores do estudo, divulgado na revista especializada Jama, relatam que, ao contrair a covid-19, muitos pacientes apresentam sintomas como cansaço, dificuldade em respirar, dor no peito, dores nas articulações e perda do paladar ou do olfato.
A revisão sistemática envolveu 57 artigos, somando dados de 250.351 adultos e crianças infectados e não vacinados, com diagnóstico de covid-19 entre dezembro de 2019 e março de 2021. A idade média da amostra era de 54 anos, 56% indivíduos eram do sexo masculino e 79% viviam em países de alta renda. Entre os estudados, 79% foram hospitalizados. Os pesquisadores analisaram a saúde dos pacientes pós-covid durante um mês (curto prazo), dois a cinco meses (intermediário) e seis ou mais meses (longo prazo).
De acordo com as análises, os sobreviventes experimentaram uma série de problemas residuais de saúde associados à covid-19. No geral, um em cada dois sobreviventes apresentou manifestações de covid-19 a longo prazo, e a maioria dos sintomas identificados permaneceu por mais de seis meses após a forma grave da doença.
Mais da metade dos pacientes relatou perda de peso, fadiga, febre ou dor, e aproximadamente um em cada cinco sobreviventes experimentou uma diminuição na mobilidade. Os cientistas também observaram que 60% dos pacientes apresentaram anormalidades na imagem do tórax e mais de 25% enfrentaram dificuldade para respirar.
Entre os problemas cardiovasculares identificados estão dor no peito e palpitações. Quanto aos problemas dermatológicos, quase 20% apresentaram queda de cabelo ou erupções na pele. Complicações psicológicas e cognitivas também foram observadas. Quase um em cada quatro pacientes relatou ter dificuldade de concentração, e quase um em cada três foi diagnosticado com transtorno de ansiedade generalizada.