Mesmo com aumento do preço mínimo da uva, Sindicato Rural aponta que está abaixo do custo de produção

2015-04-10_190211

A Ministra de Estado, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina Correa da Costa Dias, publicou ainda em outubro, no Diário Oficial da União, que o preço mínimo da uva industrial será de R$1,10kg para a safra do próximo ano.
Se enquadra nesse valor a uva usada para produzir sucos, usos e derivados.
O novo preço, fixado em 22 de outubro pelo Conselho Monetário Nacional, leva em conta os custos variáveis de produção das lavouras, além de considerar outros indicadores de mercado. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) elabora um estudo sobre o preço por meio de painel envolvendo agricultores, revendedores de insumos e indústrias.
“Esse aumento foi impulsionado, principalmente, pela alta no preço dos defensivos e da mão de obra”, explica Sílvio Farnese, diretor de Comercialização e Abastecimento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
O preço mínimo é o valor de referência garantido pelo governo na Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM). É um seguro de preço ao produtor a custo zero e uma ferramenta relevante na decisão de plantio. Exerce papel de destaque como mecanismo de garantia de parte da receita do produtor, sobretudo, em caso de crise de preços que comprometa a viabilidade econômica da atividade.
Na safra 2019/2020, a produção de uva foi de aproximadamente 1,4 milhão de toneladas, considerando uvas para indústria e de mesa, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O processamento nesta safra para produção de vinhos, sucos e derivados foi próximo a 800 mil toneladas. No caso de cultivo da uva para fins industriais, estima-se que a participação do estado gaúcho é superior a 90% do total produzido no país.
O Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, cedenir Postal, afirmou que o valor fica abaixo do custo de produção, o nosso custo é 1,15, levando em conta uma produção de 20 mil kg por hectares, que é nossa referência no cadastro vitícola.
– Nesse valor é necessário produzir mais por hectare. Não podemos usar como referência os grandes produtores, diz Cedenir.
Para ele, o preço mínimo é um programa de garantia, que muitos não querem que continue, que o mercado deve ser regular, sem preço mínimo. É importante, ter o preço mínimo, o agricultor deve receber mais do que esse preço para poder ter rentabilidade e sustentabilidade na produção. Infelizmente algumas vinícolas usam como preço de tabela para fazer a remuneração da usa. Outros, ainda prometem que vão pagar mais logo depois da safra, mas acabam não concretizando isso na safra.
O valor ideal deveria ser superior a 1,20 por kg, afirmou o presidente do sindicato.