Medo em relação à Reforma da Previdência leva trabalhadores a buscarem informações e cogitar antecipação da aposentadoria

2015-04-10_190211
Reforma previdenciária: dúvidas e insegurança rondam trabalhadores

O temor em relação às mudanças que vem por aí tem gerado preocupação e uma corrida para esclarecer dúvidas junto ao INSS ou mesmo com advogados especializados

Existe um temor crescente em meio à população quando se fala de Reforma da Previdência, associado diretamente ao risco de prolongamento do tempo para alcançar a tão esperada aposentadoria. Esse receio vem aumentando, e isso tem feito trabalhadores buscarem por informações tanto no INSS quanto em escritórios de advocacia especializados em Direito Previdenciário.
Para a funcionária pública Marne Terezinha Brum, 59 anos, a situação assusta. “Passamos uma vida inteira trabalhando, e contamos com esse benefício. É o nosso sustento que está em jogo, justamente numa idade em que ficamos muito limitados. E agora, ninguém sabe ao certo o que vai acontecer”, desabafa.
Ela explica que chegou a cogitar a antecipação da aposentadoria, mesmo abrindo mão do valor integral. Mas depois de buscar informações num escritório especializado, mudou de ideia. “Percebi que perderia um valor considerável, que poderia fazer muita falta no futuro; então, decidi seguir o processo e encarar o tal pedágio”. E conclui. “vou trabalhar um pouco mais do que planejava, mas espero que valha a pena”.

Buscar informações é essencial
O fato é que, com receio das mudanças, trabalhadores que já possuem a idade mínima estão correndo para dar início ao processo de aposentadoria. Muitas dessas pessoas aguardavam completar a pontuação da fórmula 85/95 para obter o benefício integral, mas já consideram a possibilidade de receber um valor menor do que o planejado para ver a solicitação sendo atendida.
Nos escritórios especializados, a procura por informações aumentou significativamente.
Segundo o advogado César Gabardo, há uma insegurança muito grande no ar. “ Em função disso há um aumento de procura no escritório, tanto para encaminhar o benefício para quem tem direito, como para informações a respeito do assunto”, explica.
Ele esclarece que, em relação à reforma em si, a questão é um pouco prematura. “A reforma é muito drástica; acredito que a exigência de uma idade mínima de 65 anos, tanto para homens como mulheres deva ser flexibilizada, e é isso que está se desenhando, ou seja, uma transição para que se exija essa idade”, pontua.
Gabardo explica que a mesma coisa acontece em relação aos agricultores
“Dificilmente passará a alteração da idade de uma hora para a outra e a exigência de uma contribuição além daquela que se paga sobre a produção. Mas isso tudo é muito prematuro. Foi apenas uma proposta encaminhada ao Congresso que tem muita resistência inclusive na base aliada do Governo”, ressalta.
E conclui. “Nesse momento, e aí que aumenta a insegurança, não sabemos ao certo o tamanho da mudança. Então o mais aconselhável é analisar se a pessoa tem condições de se aposentar e, se for o caso, encaminhar a aposentadoria, até mesmo como uma garantia de recebimento de benefícios desde já, em caso de mudanças futuras drásticas”.