As instituições de ensino superior ainda não receberam nenhuma participação do Fies, programa de financiamento estudantil do governo, neste ano
Nenhum dos cerca de 1 milhão de contratos antigos do Fies foi renovado até o momento. Estima-se que o Ministério da Educação (MEC) tem deixado de pagar cerca de R$ 1 bilhão por mês às instituições de ensino superior, levando em consideração que o tíquete médio dos empréstimos do Fies é de R$1 mil.
O MEC tem informado ao setor que s contratos do Fies não foram finalizados devido a um problema técnico de integração nas plataformas da Caixa Econômica Federal (CEF) e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Esta demora no repasse pode gerar mais custos para o MEC. Segundo o Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior (Semesp), se os contratos antigos não forem renovados e os novos, contratados até o dia 20 de abril, os valores em atraso vão abranger também o mês de março, comprometendo ainda mais o fluxo de caixa das instituições de ensino.
Em relação às 100 mil novas vagas de Fies (sem cobrança de taxa de juros) ofertadas neste primeiro semestre, apenas 60 mil foram preenchidas. Ainda assim, deste volume, menos de 10% dos alunos conseguiram finalizar o processo de contratação, afirma o Semesp.
O clima é de insegurança, pois os alunos estão estudando de ter a certeza de que conseguirão o Fies. Já as instituições podem atrasar o salário dos professores e pagamentos dos tributos com a falta de repasse dos financiamentos.
Diante de tantas mudanças na equipe do MEC, há uma grande dificuldade de interlocução com a pasta. Após a demissão de Ricardo Vélez RodrÍgues, na manhã desta última segunda-feira (08), quem assumiu o Ministério da Educação foi o economista Abraham Weintraub.