Manual para orientar as crianças a evitar e reagir ao assédio

2015-04-10_190211

Segundo as últimas estatísticas, infelizmente, uma em cada cinco crianças sofre abusos de vários tipos ou assédio sexual durante a infância. Para ensinar as crianças a prestar atenção, o Council of Europe elaborou um guia para ajudar os pais a explicar às crianças onde elas não devem se deixar tocarem, como devem reagir e como pedir ajuda em caso de assedio. A regra do Aqui Ninguém toca consiste em 5 passos simples para abordar esse assunto tão delicado com os pequenos.

Seu corpo pertence a você
As crianças devem saber que elas são donas do próprio corpo e que ninguém deve as tocar sem a sua autorização. Esta mensagem é muito importante e deve ser passada as crianças através de um diálogo aberto, enquanto ainda são pequenas. Nesta conversa os nomes corretos dos genitais e outras partes do corpo devem ser usados.
Outro ponto importante a ser ensinado e que as crianças podem e devem se recusar e serem tocadas, abraçadas ou até beijadas por familiares se elas não se sentirem à vontade. Os pequenos devem aprender a dizer um “não” bem firme a contatos físicos impróprios e devem ir conversar imediatamente com alguém em que confiem e insistir, caso não sejam levados a sério.

Contato físico bom e contato físico mau
Para uma criança não é fácil de entender se alguém está a tocando com boas ou más intenções. Por esse motivo, é fundamental que elas sejam ensinadas que não devem permitir que ninguém olhe ou toque suas partes intimas e que não devem fazer o mesmo a pedido de outra pessoa.
É fundamental, para que a criança memorize, ensinar que a roupa intima é o limite que ninguém, se não autorizado, pode ultrapassar. Os pais terão que explicar que aqueles que cuidam das crianças podem precisar tocá-las por necessidades médicas ou outras, mas, de qualquer maneira, se uma situação for incomoda, elas sempre podem dizer não.

Os bons segredos e os segredos ruins
Aqueles que abusam de crianças, infelizmente, conhecem um método que funciona muito bem: o sigilo. É importante salientar para as crianças que todos os segredos que geram ansiedade, desconforto, medo e tristeza, certamente não são bons, portanto, devem ser revelados a um adulto de confiança.

Prevenção e proteção: responsabilidade dos adultos
Evitar abusos é, antes de tudo, uma responsabilidade dos adultos e o peso desse problema deve ser evitado de ser transferido à criança. Em caso de violência sexual, é fácil as crianças sentirem não só vergonha e medo, mas também culpa. Os adultos, portanto, tem a tarefa de entender e interpretar seus sentimentos sem criticar, mas garantir que elas possam crescer em um ambiente em que haja confiança para falar.

Outras dicas úteis
É preciso indicar e deixar claro em quais adultos elas podem confiar. Elas devem ser encorajadas a selecionar os adultos em que confiam. O guia recomenda escolher uma pessoa dentro do círculo familiar da criança e uma outra de fora.
Também é preciso prestar atenção ao fato de que muitas vezes o autor do abuso é uma pessoa conhecida da criança, não deixando de lado a possibilidade de ocorrerem assédios pela internet ou por desconhecidos. Neste último caso, a criança deve saber que não deve aceitar presentes, convites ou entrar no carro de alguém desconhecido.
Por fim, as crinças devem saber que existem profissionais que podem fornecer ajuda em caso de necessidade como professore, psicólogos, agentes policias, entre outros.
Se suspeitar que o seu filho foi vítima de abuso, é muito importante que não se zangue com ele. Evite que a criança sinta que fez alguma coisa errada.