Manejo das doenças das prunoides (ameixa, nectarina e pêssego) a partir do outono

São Pedro 2015-04-10_190211

As condições climáticas do sul são favoráveis para ocorrência de doenças fúngicas, favorecidas pela alta umidade de corrente da alta incidência de chuvas, resultando em perdas, caso o produtor não utilize medidas de controle adequadas. Porém, este controle não deve se restringir apenas na aplicação de fungicidas, mas também na adoção de outras medidas visando reduziras fontes de infecção e melhorar o microambiente por meio do manejo das plantas.
O plantio de mudas com boa qualidade fitossanitária e genética; o manejo fitotécnico adequado; o acesso as previsões climáticas; o conhecimento das fontes de inóculo; o manejo integrado das pragas e a melhoria da tecnologia de aplicação permitem otimizar o controle reduzindo os danos ocasionados pelas doenças. Para muitas doenças,o monitoramento serve de suporte na tomada da decisão indicando o melhor momento para a pulverização evitando-se aplicações desnecessárias, proporciona um acompanhamento mais preciso da evolução das doenças e pragas, bem como a eficácia dos tratamentos realizados. A seguir listamos alguns dos problemas que pode acontecer no pomar no início do outono e inverno, como a sugestão de tratamentos

Morte Precoce de plantas
A morte precoce do pessegueiro é uma síndrome que se manifesta por cancro bacteriano, seca e ou murcha dos ramos, declínio, fermentação da seiva, morte súbita, gomose, apoplexia, lesão por frio, entre outros sintomas, que precedem a morte de pessegueiros no final do inverno ou no início da primavera, os quais incidem em plantas que tinham aparência saudável no outono anterior

Sintomas
As plantas com sintomas costumam aparecer no pomar ao lado de plantas visualmente saudáveis. Os pessegueiros entram em dormência sem apresentar sintomas visíveis, mas, ao final dessa fase, pode ser observado a redução ou paralisação do crescimento, evidenciada pela diminuição ou pela falta de brotações e floração. Plantas doentes apresentam morte de brotos, abortamento de gemas, morte de ramos e escurecimento abaixo da casca, com odor característico da fermentação da seiva e, em alguns casos, observa-se o líquido borbulhante nos cortes.
Este sintoma de escurecimento interno se estende dos ramos até o tronco da planta, podendo em algumas situações estar presente em uma pernada e ausente nas demais.
A gravidade da morte precoce do pessegueiro em determinados anos está relacionada ao clima. Nos EUA, as perdas graves ocorreram em anos que foram caracterizados por flutuações extremas de temperatura nos meses do inverno. Quando a atividade cambial do pessegueiro ocorre no inverno, as plantas tornam-se suscetíveis aos efeitos d temperatura. O mesmo mecanismo é desencadeado pelo ataque de M. xenoplax, que mantém a atividade do ácido indol-acético no inverno, tornando as plantas mais suscetíveis às variações da temperatura
Em outros estudos foi observado que as plantas que perderam as folhas mais tarde, no outono, tiveram menos incidência da morte precoce do pessegueiro que as plantas de sofreram desfolha antecipada. Uma das explicações reside no maior acúmulo de carboidratos que consequentemente propiciam maior resistência à baixa temperatura.

Controle
As recomendações para reduzir os danos ocasionados pela morte precoce de pessegueiros devem ser adotadas medidas que garantam saúde das plantas. Entre as medidas recomendadas deve-se aplicar calcário antes do plantio, a fim de corrigir o pH para 6,5 e neutralizar cátions de alumínio; utilizar o subsolador para quebrar as camadas mais duras do solo e permitir melhor desenvolvimento das raízes; adotar medidas para o controle dos nematoides do solo; certificar-se que as mudas estão livres de nematoides; usar porta-enxerto resistente a M. xenoplax e adaptado às condições climáticas da região; aplicar nutrientes e calcário quando houver necessidade, baseando-se em análises de solo e foliar em recomendações locais; podar as plantão mais tarde possível, nunca antes de junho, e preferencialmente próximo ao início da floração evitar movimentar o solo que ocasiona ferimentos as raízes; remover do pomar todo material seco ou árvores que estejam morrendo e destruí-los, incluindo a maior parte possível de raízes, bem como ramos provenientes da poda.
Além dessas medidas recomenda-se ainda, controle adequado das demais doenças que ocorrem no pessegueiro, entre elas, a gomose, seca-dos ramos e a ferrugem, que muitas vezes são deixadas para segundo plano, mas que com o tempo acabam debilitando as plantas, tornando-as mais fracas frente a outros fatores estressantes.

Furo-de-bala/ Chumbinho
O furo-de-bala, também conhecida como chumbinho,é uma doença fúngica que há mais de 50 anos ocorre em pomares de fruteiras de caroço do Brasil, entretanto, tem sido pouco estudada.

Sintomas
Durante os meses de inverno o fungo, em clima úmido, pode infectar e matar gemas dormentes, as quais podem exsudar goma. Nos ramos podem surgir lesões com diâmetro variando de 3 mm a 10 mm. Nas folhas e frutos as lesões têm o mesmo tamanho e iniciam-se com coloração avermelhada passando posteriormente, para marrom. As lesões se encontram distribuídas por toda folha enquanto que nas lesões de bacteriose se concentram principalmente próximas a nervura principal. Nos frutos as lesões são corticosas e nas folhas o centro da lesão se destaca, principalmente com clima mais quente e seco, evidenciando o sintoma típico

Etiologia
O agente causal é classificado como um fungo mitospórico, sem reprodução sexuada conhecida. Os conídios são elipsóides com três a cinco septos de parede dupla.

Condições predisponentes
As infecções dos ramos requerem pelo menos 24 horas de umidade contínua; enquanto, para infecção em folhas, são necessárias de 8 a 12 horas de molhamento foliar e temperatura de 20 ºC a 25 ºC
Os conídios podem germinar em uma hora e penetram diretamente com a formação de apressório coberto por uma substância gelatinosa. O período de incubação varia de 5 a 14 dias, dependendo da temperatura e tipo de tecido infectado. Durante o inverno o fungo esporula em gemas ou em lesões do ramo. Os conídios produzidos em esporodóquios são liberados mais facilmente pela água do que pelo vento e estes propágulos podem permanecer viáveis por vários meses em ramos, infectando gemas, folhas e frutos, durante o crescimento vegetativo

Controle
O controle desta doença requer proteção das gemas dormentes e também das folhas e frutos. Recomendam-se pulverizações de fungicidas (Tabela 2 e 3) no período de dormência, após a queda de folhas e antes das chuvas no inverno, pois ajudam a proteger os ramos e as gemas contra as infecções do fungo. É indicada uma aplicação de calda bordalesa, ou formulação de cobre fixo, no outono ou no inverno. Além disso, em regiões de clima úmido, fungicidas protetores devem ser aplicados na fase de emergência das folhas e no pegamento de frutos.
Para as folhas e frutos recomendam-se os fungicidas captana, iprodione ou azoxistrobina.

Sarna – Fusicladosporium carpophilum

A sarna ocorre com freqüência em regiões quentes e úmidas. Sua importância é secundária em muitos pomares da região. Ataca os frutos formando pequenas lesões normalmente mais freqüentes na região próxima ao pendúculo, comprometendo a aparência do fruto. Pode ocorrer ainda fendilhamento nos tecidos lesionados, o que serve de ferimento para infecção de outros patógenos como, por exemplo, Rhizopus stolonifer, causador da podridãomole.

Sintomas
Tanto brotações como folhas e frutos podem ser infectados pelo patógeno, entretanto, o sintoma nos frutos, que costumam aparecer quando eles estão crescendo, causam os maiores danos. Os sintomas costumam aparecer quando os frutos estão em crescimento. Pequenas manchas circulares, verde-oliva são formadas na superfície deles e, com o desenvolvimento da lesão, a mancha torna-se castanho-escura a preta (Fig. 5). Quando a infecção ocorre em frutos pequenos pode ocasionar a sua queda, por outro lado, em frutos desenvolvidos pode ocasionar rachaduras, que, em frutos próximo do período de maturação, pode propiciar uma porta de entrada para outros patógenos. As lesões em ramos são superficiais, com bordas salientes, formato de circular a oval e coloração marrom-escura .

Etiologia
A sarna é causada por Fusicladosporium carpophilum(Thuem.) Partridge & Morgan-Jones, conhecida anteriormente por Cladosporium carpophilum Thüm., é um fungo mitospórico com micélio hialino a oliváceo e conidióforo geralmente ramificado com uma ou mais células e de tamanho variável. Os conídios podem estar isolados ou aglomerados em pequenas cadeias, possuem formato de fusóide a oval e são unicelulares e bicelulares. Condições predisponentes
O fungo sobrevive durante o inverno na forma de micélio em lesões nos ramos ou como clamidósporos na superfície da casca. Os esporos são produzidos duas semanas antes da queda das sépalas sendo favorecidos pela alta umidade relativa (UR). A infecção dos frutos raramente ocorre após 30 dias da queda das pétalas. A temperatura ótima para germinação dos esporos é de 25 a 30°C. A esporulação em ramos ocorre com 70 a 100% de umidade relativa, sendo que na máxima UR se formam novos conídios em apenas 3 horas. A UR aumenta a possibilidade de germinação, mas diminui a disseminação, enquanto que a baixa UR e maior radiação aumentam a liberação dos conídios.

Controle
Poda verde melhora a aeração e entrada dos raios solares na parte interna da planta o que é desfavorável ao desenvolvimento do fungo. Pomares com problemas de sarna devem ser feitas pulverizações com fungicidas cúpricos durante a floração, mancozebe, captana, folpete, azoxistrobina ou enxofre iniciando-se durante a queda das sépalas e nos estádios iniciais do desenvolvimento dos frutos. Fungicidas com ação antiesporulante, como as estrobirulinas, na fase de queda das sépalas, podem ser eficientes na supressão da esporulação do fungo nas lesões de ramos e na redução do potencial de inóculo nos períodos subsequentes Pulverizações a base de enxofre ou calda sulfocálcica, durante o período de dormência contribuem para a redução do inóculo no pomar

Gomose – Botryosphaeria dothidea

Esta doença ocorre nos pomares de frutas-decaroço, principalmente em pessegueiro, debilitando as plantas com o decorrer do tempo. Caso medidas adequadas de controle não sejam tomadas, a doença ocasiona a morte da planta.

Sintomas
Os sintomas iniciais aparecem como bolhas pequenas, de 1 a 6 mm de diâmetro, nas lenticelas da casca do tronco e pernadas durante o outono e inverno. Posteriormente, o tamanho das bolhas aumenta, formando lesões necróticas de até 15 mm de diâmetro em torno da lenticela (tecido hiperplástico), que mais tarde ficam deprimidas. Pelo fim do segundo ano após a infecção inicial, a área da necrose rodeando as lenticelas alarga e a hiperplasia se torna menos visível. As lesões necróticas exsudam resina . Lesões com mais de 2 cm de diâmetro no tronco podem formar cancros afetando o floema e o córtex, podendo chegar até ao xilema.

Condições predisponentes
O patógeno produz conídios numa ampla faixa de temperatura, com esporulação máxima ou maturação de esporos na temperatura de 18 ºC a 24 ºC. O fungo sobrevive durante o inverno na casca e em tecidos secos do tronco, onde esporulam intensamente. A forma de disseminação acontece por meio das gotas de chuva ou irrigação que, ao caírem sobre os esporos, espalham os mesmos para outros tecidos. As infecções ocorrem no outono e na primavera por meio de ferimentos

Controle
Todos os tecidos mortos (tronco ou pernadas) da planta devem ser retirados por meio da poda de inverno e destruídos (queimados, picados e compostados), de preferência fora do pomar, para redução do inóculo primário. Deve-se evitar todos os fatores que possam ocasionar estresse na planta, como o déficit hídrico e o uso de adubações desequilibradas (Tabela 1). Recomendam-se pulverizações (Tabela 4) com fungicidas tebuconazol, cúpricos ou mancozebe sobre o tronco das plantas nas épocas de maior infecção (após a queda das folhas e na primavera) e após a poda para evitar a entrada do fungo pelos ferimentos.

Podridão-parda – Monilinia fructicola

A podridão-parda é a principal doença das frutas de caroço (pêssego, ameixa e nectarina), ocorrendo em praticamente todos os pomares, causando perdas severas, principalmente em anos com altas incidências de chuvas

Sintomas
Duas fases de maior suscetibilidade das rosáceas à podridão parda são bem reconhecidas: floração e pré-colheita. Inicialmente a infecção começa durante a fase de floração, infectando os capulhos florais, ocasionando a necrose das anteras, prosseguindo para o ovário e pedúnculo. As infecções podem se estender internamente até o ramo, resultando no desenvolvimento de cancros, anelando-o e, consequentemente, ocasionando a morte da parte terminal. Flores infectadas murcham, tornam se marrons e ficam fixadas ao ramo por uma goma (Fig.1). Já durante a fase de pré-colheita, frutos infectados apresentam lesões pequenas pardacentas que evoluem para manchas marrons com a colonização dos tecidos vizinhos pelo fungo.
Frutificações acinzentadas das estruturas do patógeno são facilmente vistas no campo, sobre a podridão. Com o passar do tempo os frutos infectados tornam-se completamente cobertos de esporos, que contribuem para novas infecções no pomar. Frutos maduros infectados pelo patógeno podem apresentar podridão visível dentro de 48 horas. Infecções latentes podem ocorrer nos frutos verdes, mas sua manifestação ocorrerá durante a maturação, a menos que os frutos sejam lesionados por insetos ou granizo. Os sintomas também podem se manifestar nas frutas na pós-colheita,] imediatamente após a retirada da refrigeração.

Condições predisponentes
A sobrevivência do fungo de uma safra para outra ocorre nos tecidos mumificados, pedúnculos, flores murchas e cancros nos ramos. A penetração ocorre pelos órgãos florais. Conídios formados em capulhos florais e ramos são disseminados por vento, água e insetos, atingindo os frutos, nos quais podem penetrar diretamente pela cutícula ou por pequenos ferimentos. A colonização do fruto maduro é rápida, formando micélio inter e intracelular. Epidemias de podridão- parda ocorrem em tempo chuvoso.
A temperatura ótima é de 25°C e o período de infecção exige um mínimo de 18 horas a 10°C e de 5 horas a 25°C .

Controle
As medidas de controle cultural recomendadas consistem nas práticas empregadas durante o período de dormência, com o objetivo de reduzir as fontes de inóculo primário, tais como a poda de limpeza com a remoção dos frutos mumificados, capulhos florais e ramos doentes presentes no pomar
Esse material deve ser posteriormente queimado ou compostado Em seguida é recomendada a pulverização das plantas com calda sulfocálcica. Outras práticas que auxiliam no controle da doença envolvem a redução do estresse por meio de adubação equilibrada evitando o excesso de nitrogênio e o déficit de potássio, o manejo da irrigação e a época do raleio. O excesso de umidade conduz á maior intensidade de produção de esporos e maior duração da esporulação.
A época crítica para o controle da doença é durante a fase de floração e na pré-colheita. Na floração, recomenda-se a aplicação de fungicidas a base de cobre, captana, ditianona, mancozebe, triazóis, iminoctadina, piraclostrobina + metiram ou fluazinam, quando as partes suscetíveis da flor estão expostas e antes ou tão logo depois da ocorrência de períodos de molhamento e temperatura favorável à infecção. Os fungicidas não necessitam ser aplicados nos frutos verdes, a menos que condições de umidade favorável à infecção ocorram por insetos ou granizo. Logo, o controle dos insetos-praga que ocasionam ferimentos nos frutos e atuam como vetores é essencial para o manejo efetivo da podridão parda Durante a fase de floração recomenda-se, de um (tempo seco) a três (tempo chuvoso) tratamentos com fungicidas , dependendo das condições climáticas e uniformidade da floração.
A presença de frutos infectados presos à planta ou sobre o solo constitui importante fonte de inóculo secundário para novas infecções, e pode aumentar a severidade da doença em pré e pós-colheita. Assim, sempre que possível efetuar a coleta dos frutos infectados e a sua retirada do pomar. Na fase de pré-colheita deve-se realizar três tratamentos com os fungicidas registrados para a doença, aos 21, 14 e 7 dias antes da colheita A escolha do produto deve levar também em consideração o período de carência.
No período pós-colheita, é importante evitar o manuseio simultâneo de frutos com sintomas de podridão-parda e sadios para não haver disseminação do fungo. Além disso, os recipientes utilizados na colheita devem ser novos ou lavados periodicamente com cloro ou hipoclorito de sódio, as mesas de separação e os locais de manuseio dos frutos devem ser limpos regularmente. Além dessas medidas,recomenda-se o resfriamento dos frutos.

Crespeira – Taphrina deformans

A crespeira ataca principalmente as folhas, embora outros órgãos da planta também podem ser infectados. A utilização do controle químico tem sido eficiente em outros países, tornando esta doença de importância secundária.

Sintomas
A doença se desenvolve nas folhas de ramos do ano e com menos frequência nos frutos. Durante o final do inverno e início da primavera, folhas jovens apresentam engrossamento e hipertrofia que conduz a deformação do limbo foliar
As áreas encrespadas podem desenvolver uma cobertura branca de esporos. Folhas infectadas podem cair prematuramente ou, algumas vezes, podem persistir na árvore e com o passar do tempo adquirem uma coloração marrom-escura. Ataques precoces originam folhas pequenas, enquanto no ataque tardio, o enrugamento da folha é parcial, e o tecido torna-se avermelhado. As lesões nos frutos são caracterizadas por áreas irregulares enrugadas e avermelhadas.

Etiologia
O fungo causador da crespeira é uma ascomiceto, que forma ascos livres na parte inferior da folha. Seu formato é cilíndrico e clavado, arredondado ou truncado no ápice. Os ascósporos são redondos, ovais ou elípticos. O micélio é intercelular em todos os tecidos da planta hospedeira.

Condições predisponentes
A fase de maior suscetibilidade é no início do desenvolvimento do botão floral, associado a períodos de frio e tempo úmido. O fungo desenvolve se na temperatura entre de 6 ºC a 30 ºC, com ótima de 18 ºC a 20°C e a máxima entre 26 e 30°C. O fungo sobrevive por meio de micélio, nos ramos e brotos, ou esporos que permanecem sobre a planta.
O patógeno penetra diretamente pela cutícula, desde o inchamento das gemas e se estabelece no parênquima como micélio intercelular. À medida que as folhas ficam mais velhas, tornam-se mais resistentes.
Controle
As práticas culturais e as medidas de sanitização são insuficientes para o controle adequado dessa doença nas áreas com histórico de ocorrência, sendo necessária à utilização de fungicidas. Os tratamentos com fungicidas (Tabela 2 e 3) a base de cobre durante o outono e inverno reduzem o inóculo primário no pomar. Durante a fase desinchamento das gemas deve-se utilizar os fungicidas captana, mancozebe ou difeconazol para evitar a ocorrência de infecção por crespeira. Também é recomendada a destruição dos restos culturais resultantes da poda de inverno.

Antracnose – Glomerella cingulata

A antracnose é causada por Glomerella cingulata, uma importante espécie de fungo presente nas regiões tropicais e subtropicais do mundo. Causa perdas significativas em frutas de caroço como pêssego, ameixa e nectarina, mas também ataca várias espécies de frutas. Em anos com primavera chuvosa e temperaturas altas, esta doença tem provocado danos em frutos jovens podendo ocasionar queda precoce ou a depreciação dos frutos maduros.

Sintomas
A antracnose é caracterizada inicialmente pelo aparecimento de lesões marrom-claras sobre os frutos, que com o passar do tempo transformam-se em lesões deprimidas necróticas marrom, circular e com anéis concêntricos. Massas de esporos alaranjados frequentemente ocorrem no centro. Estas lesões são profundas e aumentam rapidamente com o amadurecimento dos frutos, podendo atingir 4 a 5 cm de diâmetro . Frequentemente, ocorre a queda dos frutos atacados, mas esses podem mumificar e ficar aderidos aos ramos. O fungo também pode atacar as sépalas e os ramos, e causar cancros com lesões concêntricas e produção de acérvulos.

Etiologia
A fase teleomórfica do fungo é Glomerella cingulata sendo a primeira a mais frequentemente encontrada nas lesões.Produz colônia de cor rosa com massa abundante de esporos alaranjada em meio de cultura BDA. O formato do conídio é fusiforme.Já C. gloeosporioides produz colônia de cor cinza com massa de esporos alaranjada em meio BDA, e o conídio tem as extremidades mais arredondadas.