Número é menor que total em 2016, mas dívida já é maior. Os bancos somam mais da medade do valor devido
O número de pessoas jurídicas que devem ao município é de 6269, segundo a Secretaria de Finanças. O levantamento corresponde até o período de 31 de agosto e o valor da dívida acumulada já totaliza em R$136.684.623,88.
De acordo com a secretária da pasta, Mariana Largura, a noção real de queda ou aumento da inadimplência só poderá ser percebida com o fechamento do ano, mas já dá para se ter uma noção com os dados prévios.
A inadimplência das empresas, por exemplo, teve um alto crescimento em todo o ano de 2016, quando foram registradas 6307 pessoas jurídicas devedoras, pouco mais do que nos primeiros oito meses de 2017. No entanto, o montante em doze meses foi menor em mais de R$20 milhões em relação a este ano, fechando a dívida em R$ 112.025.866,23.
2015 teve metade de dívida
Há dois anos o cenário no município era outro. 2015 fechou com 5517 pessoas jurídicas devedoras, mas a dívida era metade do valor atual (R$ 64.027.472,33). Ou seja, o número de inadimplentes cresceu aproximadamente 14% entre 2015 e 2016, e o valor da dívida ativa aumentou em 75% no período.
Para Mariana, a causa deste aumento reflete a crise econômica que o Brasil enfrenta desde o final de 2014, que se agravou em 2015 e refletiu no ano seguinte. “O que também pode ser verificado pela queda do Produto Interno Bruto (PIB) e pelo crescimento do desemprego. Além do aumento da busca por serviços públicos, principalmente nas áreas da saúde educação, com a população deixando de pagar planos de saúde e escolas particulares, passando a utilizar esses serviços”, avalia.
305 novas empresas abriram no município no terceiro trimestre
Apesar da inadimplência das pessoas jurídicas, o terceiro trimestre de 2017 teve um saldo positivo na abertura de novas empresas em Bento Gonçalves. Entre julho e setembro 305 novos empreendimentos foram abertos, sendo que 66,5% são do setor de prestação de serviços, 17,4% do comércio, 4,9% autônomos, 2% de indústrias, 8,5% comércio com prestação de serviços e 0,7% de indústrias com prestação de serviços.
Já no primeiro semestre o total de empresas abertas foi de 742. De janeiro a agosto foram instalados 884 novos empreendimentos que significa um crescimento de 6,08% em relação a 2016.
Prefeitura ajuizou bancos em agosto
No início de agosto, a Prefeitura ajuizou ações de cobrança contra os principais bancos instalados na cidade, considerados os maiores devedores de impostos municipais. A dívida ativa era de cerca de R$ 80 milhões de tributos municipais, como o Imposto sobre Serviços (ISS). Mesmo sendo menor que a dívida das pessoas jurídicas, o valor concentrava a dívida em oito bancos, sendo eles: Bradesco, Santander, HSBC, Banco do Brasil, Banrisul, Itaú, Sicredi e Caixa Econômica Federal. O maior devedor na época era o Banrisul, com R$ 30.296.467,35 de inadimplência.