Má gestão do orçamento pela Semhas deixa o Conselho Tutelar até sem telefone

2015-04-10_190211
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Entidade que atende cerca de 15 casos por dia corre o risco ainda de ficar sem local de trabalho minimamente adequado para atendimento dos casos

O conselho tutelar está com a linha telefônica cortada há dois meses, mas o governo municipal, até o momento, não interviu na situação. O conselheiro tutelar, Leonides Lavinick, afirma que o Secretário de Habitação e Assistência Social, Márcio Pilotti, disse que a conta de telefone foi cortada porque não foi entregue o boleto para pagamento.
“O Pilotti alegou que nós não entregamos o boleto telefônico, mas tenho certeza que foi entregue. Agora dizem também que não tem mais como pagar, e é preciso esperar os vereadores voltar, ter dinheiro e autorização para pagar a conta do ano passado”, afirma.
Com o telefone fixo sem funcionar e a grande demanda de atendimentos, o trabalho dos conselheiros é prejudicado. Lavinick demonstra preocupação, e afirma que as pessoas estão revoltadas e até mesmo fazendo ameaças.
“Ontem pela manhã em apenas três horas atendemos 15 famílias. Quando nos ligam no telefone móvel, somos xingados, porque pensam que não atendemos por falta de vontade. Então a principal responsável por tudo isso é a prefeitura, porque é o governo que banca o custo mensal do conselho”, esclarece.
O trabalho do conselheiro não se restringe apenas as horas de funcionamento da prefeitura, mas conforme Lavinick explica, ao atendimento 24 horas por dia.
A revolta de Lavinick não é apenas em relação ao corte da linha telefônica e as justificativas da prefeitura, mas também pelo fato dos conselheiros terem sido orientados por Pilotti, de buscarem uma nova casa para alugar. Atualmente o custo do aluguel é de R$ 4.300 reais ao mês.
“O Pilotti disse que temos até abril para encontrarmos uma casa de até R$ 1.500 reais, porque vencendo o contrato do lugar onde estamos, vamos ter que achar algo mais barato. Dentro destas especificações, não existe”, constata desolado.
O conselheiro, ressalta, no entanto, que a estrutura para manter 11 funcionários e o mínimo de condições para atender a grande demanda exige um lugar com várias salas e localização de fácl acesso.
“O atendimento do conselho tutelar é exclusivo de escuta e para isso é preciso tque tenhamos salas reservadas, cinco salas para os conselheiros, recepção, recepcionista, banheiros, acessibilidade e tem que ser no Centro para facilitar o transporte. Um ponto importante é que o atendimento por família tem que ser individualizado e no valor de R$ 1.500 reais é difícil achar algo que comporte tudo isso”, desabafa.

Estupro de menor
Pra ilustrar a necessidade de espaço condisente de atendimento à família, o conselheiro relatou um dos casos ocorridos a última semana, quando uma criança de nove anos foi violentada, ao que tudo indica, por um casal de pedófilos. O conselheiro tutelar lembrou do caso e do depoimento da criança junto da mãe. “Ela mora no Vila Nova, e conforme foi dito em depoimento, ela sempre teve o hábito de ir para casa caminhando. Os molestadores pegaram ela no Vila Nova,, e por cerca de três horas ficaram com ela. No final da tarde largaram a menina no bairro Licorsul”, relata.
Conforme Lavinick lembra, foi constatado nos exames, que a menor foi violentada. “Ela sofreu lesões, e devido aos machucados não conseguia nem caminhar. Não é apenas o trauma físico, mas também o psicológico. Ela está bem assustada”, conta.
Um fator agravante no caso, segundo Lavinick, é que todo o ato de violência foi filmado, o que pode indicar que os agressores reproduzam o material na internet. “Parece que foi filmado, então é capaz deles largarem isso na internet também. Se os agressores não forem pegos, haverá outras vítimas”, lamenta.
O conselheiro tutelar lembra que aconteceram outros casos de estupro na mesma semana, porém, não tiveram a devida atenção, e conforme ele, muitos nem são descobertos. A menina está tomando um coquetel de medicamentos, para prevenir contaminação que pode ter contraído no ato sexual.
A Polícia Civil investiga o caso. A jovem teria pedido socorro na Rua Augusto Caprara, no bairro Licorsul, por volta das 16h40min. Uma moradora a acolheu e a Brigada Militar (BM) foi acionada.
De acordo com relato da vítima, o crime teria sido cometido por um casal em carro vermelho que a raptou enquanto caminhava pelo bairro Vila Nova. Os dois teriam oferecido doces e brinquedos para coagir a menina a entrar no veículo. Após, procuraram um local afastado onde ambos teriam abusado da jovem.
Após o crime, os abusadores deram R$ 50 a vítima e a abandonaram no bairro Licorsul, onde ela pediu por socorro. A menina foi encaminhada para o atendimento médico e exames de corpo de delito.

Para o conselheiro tutelar, Leonides Lavinick, os funcionários terceirizados poderiam ser substituídos por estagiários, diminuindo em muito os custos, sem precisar de cortes na estrutura física.
Crédito da foto: Francibiane Baggio

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