Lei obriga a manutenção do ar condicionado em prédios de uso coletivo

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Técnico em refrigeração comenta sobre a importância da aprovação da lei e alerta sobre a limpeza do aparelho

Neste mês entrou em vigor a lei que estabelece que edifícios, público ou privado, façam a manutenção de seus sistemas de ar condicionado. A lei já está valendo para novas instalações de ar condicionado. Para sistemas já instalados, o prazo para cumprimento dos requisitos é de 180 dias depois da regulamentação da lei, a ser feita posteriormente.
Para o técnico em refrigeração, Rodrigo Lazzarotto (Palito), que tem mais de 26 anos de experiência, a lei deveria ser acompanhada por uma campanha de conscientização. “Primeiramente deveria ter uma campanha de conscientização para as pessoas entenderem melhor, conscientizando o usuário doméstico. Não adianta no trabalho ter um ar de qualidade e em casa ele ser ruim”, explica.
‘Palito’ acredita que com a aprovação da lei as pessoas possam começar a entender melhor sobre a importância do ar condicionado. “O uso do ar condicionado é importante porque ajuda, inclusive, a eliminar bactérias do ambiente. Ele é benéfico para a saúde, porém, é importante que pelo menos há cada seis meses seja feito uma limpeza”, afirma.
Ainda segundo Palito, em ambiente doméstico, o custo da limpeza é considerado baixo. “Eu faço de 30 a 50 manutenções por mês, o que considero pouco. A limpeza semestral doméstica está em torno de R$ 100 a R$ 150 reais e não demora mais do que duas horas para ser feita. Infelizmente tem gente que fica 8 anos sem limpar um ar condicionado, prejudicando a própria saúde. É importante a limpeza semestral”, alerta.

A lei
A nova lei também se aplica aos ambientes climatizados de uso restrito, como aqueles dos processos produtivos, laboratoriais, hospitalares e outros, que deverão obedecer a regulamentos específicos.
Os edifícios terão que fazer a manutenção dos sistemas de climatização a partir de um Plano de Manutenção, Operação e Controle, com o objetivo de prevenir ou minimizar riscos à saúde dos ocupantes. O plano deverá obedecer a parâmetros regulamentados pela Resolução 9/2003 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e posteriores alterações, assim como às normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
O objetivo é garantir a boa qualidade do ar interior, considerando padrões de temperatura, umidade, velocidade, taxa de renovação e grau de pureza.

Dicas para manter a sua saúde no ar condicionado
É inegável que o ar-condicionado climatiza, evita malefícios e deixa o ambiente mais agradável, mas também pode ser o principal motivo para algumas doenças. As pessoas sensíveis têm alergia, coceira na pele, sinusite, bronquite, asma e irritação nos olhos. Segundo Ciro Kirchenchtejn, pneumologista da Unifesp, os ambientes climatizados se tornam mais secos.
Melhorar a renovação do ar. Para isso, basta deixar frestas nas janelas para entrada de ar no ambiente. Este simples procedimento melhora a qualidade do ar e evita a proliferação de doenças no ambiente;
Deixar copiadoras e impressoras a laser de grande porte em um lugar separado e com sistema de exaustão exclusivo;
Melhorar os procedimentos de limpeza. É recomendado não varrer superfícies fixas. A melhor solução é aspirar carpetes e promover a limpeza dos ambientes com produtos anti-bactericidas;
Evitar vasos com plantas em excesso, que podem trazer problemas. Plantas e terra úmida favorecem a infestação de microrganismo no ambiente;
Não utilizar ar-condicionado em obras e reformas. É imprescindível isolar o aparelho com plástico para evitar sua contaminação;
Corrigir vazamentos e infiltrações de água. Focos de umidade contribuem para a proliferação de microrganismo;
Limpar e higienizar o sistema de ar-condicionado pelo menos uma vez por mês.