Johnson & Johnson quer testar sua vacina em crianças e adolescentes

2015-04-10_190211

Testes da fase 3 foram retomados recentemente, após uma interrupção causada por uma ‘doença não-explicada’ em um dos voluntários
Uma das preocupações dos especialistas – especialmente em relação ao retorno seguro às aulas nas escolas – é que muitos dos testes de vacina conta a Covid-19 estão sendo conduzidos em adultos. E como crianças e adolescentes não fazem parte do grupo de risco, mesmo com uma vacina disponível, eles não devem estar entre os primeiros contemplados.
A Johnson & Johnson, porém, anunciou que planeja testar sua vacina experimental em jovens de 12 a 18 anos. “Planejamos ir para as crianças assim que possível, mas com muito cuidado em termos de segurança”, afirmou o pesquisador de vacinas na unidade Janssen da J&J, Jerry Sadoff. A depender da evolução dos estudos, de acordo com Sadoff, os testes podem ser feitos com crianças ainda mais jovens.
A farmacêutica retomou na semana passada seu ensaio clínico de fase 3, após interrompê-lo quando um voluntário registrou uma “doença não-explicada”. De acordo com a empresa, uma avaliação completa foi realizada com o participante do estudo, mas “nenhuma causa clara foi identificada”. A J&J garante, porém, que “não encontrou evidências de que a vacina candidata tenha causado o evento”.
Mas nessa corrida a empresa larga em segundo lugar. A rival Pfizer já começou a testar a vacina da Covid-19, em desenvolvimento com a alemã BioNTech da Alemanha, em crianças a partir dos 12 anos. A J&J disse em um comunicado que atualmente está em discussões com órgãos reguladores respeito da inclusão da população pediátrica em seus ensaios, e não ofereceu um cronograma para o estudo.A base para a vacina, entretanto, é a AdVac, um composto usado para combater o Ebola e que foi aprovado na Europa no início deste ano e usado em mais de 100 mil pessoas, incluindo bebês, crianças e mulheres grávidas.
“A maioria das toxicidades virá da plataforma e não da colocação de um inserto diferente na plataforma”, explica Paul Spearman, diretor da divisão de doenças infecciosas do Hospital Infantil de Cincinnati, em entrevista à Reuters.