Jejum intermitente aumenta a expectativa de vida, diz novo estudo

2015-04-10_190211

O regime a ser feito por alguns meses para pessoas obesas como forma de reduzir o peso. Também é indicado como uma intervenção clínica útil em doenças causadas por inflamação.
Fazer jejum não é para qualquer pessoa, pois exige muita força de vontade e bom controle da saúde para evitar hipoglicemia, por exemplo. Mas para aqueles que aguentam passar muitas horas sem comer, o método é uma excelente forma de emagrecer, indica estudo publicado na revista Cell Metabolism. A pesquisa mostrou que ficar 36 horas sem comer algumas vezes por semana ajuda na perda de peso, mas é necessário intercalar o próximo jejum com períodos de doze horas para comer adequadamente (inclusive alguns alimentos mais calóricos).
Os resultados mostraram que a prática, batizada de jejum de dias alternados(ADF, na sigla em inglês), promove restrição calórica de 35% e ajuda na perda de, pelo menos, 3,5 quilos em quatro semanas. De acordo com os pesquisadores, a eficiência da dieta pode estar associada ao fato de o organismo humano estar acostumado a longos períodos de jejum seguidos de excessos alimentares, pois nossos ancestrais não tinham uma rotina alimentar determinada e comiam quando era possível.
“A elegância da dieta está no fato de que ela não exige que os participantes contem suas refeições e calorias: eles simplesmente não comem nada por um dia”, comentou Thomas Pieber, principal autor do estudo, à revista Time.
Apesar disso, os pesquisadores ressaltaram que ninguém deve iniciar a dieta sem consultar um especialista, já que nem todas as pessoas estão em condições de se submeter a uma restrição calórica tão extrema. A equipe ainda salientou que mais estudos são necessários para entender os mecanismos que tornam o jejum de dias alternados tão eficiente.

O estudo
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores da Universidade de Graz, na Áustria, acompanharam sessenta pessoas durante um mês. Os participantes foram divididos em dois grupos: um realizou o jejum de dias alternados, enquanto o outro não fez nenhuma dieta. Os indivíduos do primeiro grupo ainda mantiveram um diário para seguir a alimentação e foram monitoradas as taxas de glicose para verificar se eles estavam seguindo a rotina alimentar adequadamente.
Os resultados mostraram que a restrição calórica de 36 horas é eficiente na luta contra a balança. “Acreditamos que é um bom regime a ser feito por alguns meses para pessoas obesas como forma de reduzir o peso. Também poderia ser uma intervenção clínica útil em doenças causadas por inflamação”, explicou Frank Madeo, coautor da pesquisa, à Time.
Os pesquisadores ainda refizeram o estudo com trinta participantes com acompanhamento de seis meses. Ao final do estudo, descobriu-se que o jejum não interferiu na função imunológica e promoveu redução na gordura da barriga — que está associado ao aumento do risco de câncer.
No entanto, os participantes mostraram níveis menores de triiodotironina —hormônio ligado a maior expectativa de vida. Segundo especialistas, a falta desse hormônio no organismo pode causar deficiência visual e dor de barriga. ” É importante consultar um médico antes de fazer qualquer regime alimentar severo”, alertou Madeo. A equipe ainda salientou a necessidade de realizar maiores pesquisas para entender os efeitos a longo prazo do jejum de dias alternados.