Janeiro com muita chuva prejudicou a qualidade das uvas, mas fevereiro promete menos calor

2015-04-10_190211
A primeira semana de janeiro foi de chuvas intensas, representando mais de 50% da média mensal

A primeira semana de janeiro foi marcada por pancadas de chuvas diárias totalizando 63,4 mm, de acordo com a estação meteorológica da Embrapa Uva e Vinho. O volume registrado na primeira semana foi muito maior que o observado nas últimas duas semanas de dezembro,que somaram 48,6 mm.
A umidade do solo bastante alta prejudica o revolvimento e preparo do solo nas áreas de olerícolas do município, assim como o trânsito do maquinário agrícola, que conta com estradas não restauradas para o escoamento da safra das frutas da época: uva, pêssego, ameixa.

Frutas de caroço
Segundo técnicos da Emater, a colheita das variedades tardias de pêssego (Chiripá Vermelho, Barbosa e Eragil) foi finalizada com razoável índice de perda, por causa das constantes chuvas, por ataque da mosca-das-frutas e ocorrência da podridão-parda. Já a colheita das variedades tardias de ameixa (Letícia e Angeleno) , está em andamento, por mais uma ou duas semanas.

Uvas
Os vinhedos localizados em locais de maior altitude e com variedades mais tardias, segundo o acompanhamento dos técnicos da Embrapa, têm recebido tratamentos fitossanitários para controle de podridões do cacho (botrytis e glomerella) e/ou para o míldio – isto quando a umidade do solo permite o trânsito de máquinas.
Já nos locais de menor altitude, os técnicos da Emater revelam que os viticultores têm antecipado a colheita de algumas variedades em virtude do excesso de chuva que” tem levado ao rachamento de bagas e ocorrência de podridões”, prejudicando os teores de açúcares ideais. As variedades em maturação de cachos compactos como as uvas Proseco, Couderc Tinto e Jacquez têm apresentado reflexos do excesso de chuva.
Nesta semana intensifica a colheita das variedades Niágaras, Isabel Precoce, BRS Violeta, Bordô, Prosecco, Chardonnay, Riesling e Pinot Noir.
Os viticultores se mostram preocupados com o valor a ser recebido pelo quilo da uva, pois comentários indicam que vinícolas pagarão pela graduação da uva – inclusive pela Bordô variedade outrora disputada. A Niágara comercializada in natura tem mantido bom preço: R$ 2,50 a 3,00/kg. As uvas finas de mesa em início de colheita têm alcançado preços entre R$ 5 a 6,0/kg.

Fevereiro menos quente
Para o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) os fatores que levaram à elevação da temperatura no mês de janeiro, perderão influência e as próximas semanas devem ser marcadas por temperaturas altas, mas dentro das médias históricas.
O tempo quente no Sudeste é consequência do bloqueio da frente fria que vinha do Sul e que normalmente provocava chuvas na região. Entretanto, esse bloqueio perdeu força neste fim de semana, facilitando as chuvas e, consequentemente, temperaturas mais amenas.

Notícia falsa
As temperaturas elevadas foram aproveitadas para a disseminação de desinformação. Mensagens circularam alegando que em fevereiro haveria uma forte onda de calor. Com base nas previsões do órgão de amenização das sensações térmicas, o Instituto Nacional de Meteorologia divulgou uma nota esclarecendo que esses conteúdos não têm base.
Segundo o órgão, o texto veiculado recentemente nas redes sociais “não possui qualquer fundamento técnico/científico e nenhuma base de estudo ou pesquisa climatológica ou de previsão climática”.