Instagram se torna ambiente para venda de crânios e ossos humanos

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O Instagram tem se tornado espaço para a venda de crânios e outros ossos humanos. É isso que aponta uma investigação conduzida pela Revista Wired e publicada na última quarta-feira (21). Segundo a reportagem, o valor das transações efetuadas na plataforma multiplicou-se por dez em apenas três anos. A maior parte dos compradores são colecionadores que veem no acúmulo de ossos raros um hobby legítimo, embora excêntrico.
O Instagram proíbe esse tipo de comércio e exclui publicações que promovam a venda de ossos. Entretanto, segundo levantamento feito pelos arqueólogos Damien Huffer e Shawn Graham, em 2013 foram negociadas £ 4,190 (cerca de R$ 21.159,50, em conversão direta) em mercadorias com partes humanas no Instagram.
Em 2016, o número saltou para £ 46 mil (R$ 232.300, em conversão direta). A expectativa de Huffer é que, atualmente, o volume de vendas seja muito maior. Há, ainda, o fato de que vários vendedores não anunciam o preço dos itens no post e preferem negociá-los por mensagens diretas.

Comércio legal?
O comércio de ossos humanos na Internet não é novidade. Até 2016, o eBay era um dos principais sites para compra e venda de partes do corpo humano, com vários itens sendo leiloados por lá. Naquele ano, porém, a empresa baniu o mercado de restos mortais, e os usuários passaram a usar o Instagram para isso.
A venda de crânios e ossos na rede social ocorre de forma semelhante a outros negócios informais. Um vendedor posta a foto de uma caveira, por exemplo, e sugere determinado preço pelo produto na legenda da publicação.
Em seguida, compradores interessados enviam mensagens privadas ao anunciante, que negocia a melhor oferta. Com o negócio fechado, o comprador deposita a quantia correspondente na conta do vendedor e recebe o item em sua casa.
A assessoria de imprensa do Instagram no Brasil disse que esse tipo de comércio é proibido na rede social.
“Não permitimos a venda de ossos humanos no Instagram e removemos esse tipo de conteúdo assim que tomamos conhecimento dele”, afirmou um porta-voz da empresa. Vale ressaltar que o meio oficial de comercialização de itens na plataforma é a seção “Loja”, em que é possível encontrar produtos como roupas, eletrônicos, livros e acessórios.