Inflação em 2017 fecha em 2,95%, a menor taxa desde 1998

2015-04-10_190211
Setor de Alimentação e Bebidas foi o que mais contribuiu para conter a inflação

Variação da região gaúcha foi ainda menor, em 2,52%

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, fechou em 2017 com alta acumulada de 2,95%, resultado 3,34 pontos percentuais inferior aos 6,29% de 2016. É o menor número desde a taxa de 1998 quando ficou em 1,65%.
O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980 e abrange famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos Os dados foram divulgados na última quarta-feira (10), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e indicam que, em dezembro, o IPCA fechou em 0,44%, ficando 0,16 ponto percentual acima do resultado de novembro (0,28%). Essa foi a maior variação mensal de 2017. Em 2016, o IPCA de dezembro atingiu 0,3%.

Índice abaixo da meta
A inflação de 2017 de 2,95% ficou abaixo do piso inferior da meta fixada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), que era de 4,5% (com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos). Para 2017, o governo havia fixado uma meta inflacionária de 4,5%, com possibilidade de variação de 1,5% para cima ou para baixo, ou seja, entre 3% e 6%.

Alimentação e Bebidas
Dos nove grupos que compõem o IPCA, o setor de Alimentação e Bebidas foi o que mais contribuiu para conter a inflação. Responsável por cerca de 25% das despesas das famílias, o grupo acusou queda acumulada (deflação) de 1,87%. O resultado decorreu da redução de 4,85% no preço dos alimentos consumidos em casa, com destaque para as frutas (-16,52%), que tiveram o maior impacto negativo (-0,19 ponto percentual).
Segundo o gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor do IBGE, Fernando Gonçalves, a deflação dos alimentos foi consequência da produção agrícola, que teve uma safra cerca de 30% maior que a de 2016. “Essa situação levou o consumidor a pagar mais barato (-1,87%) do que no ano anterior. É a primeira vez que o grupo apresenta deflação desde a implantação do Plano Real”, avaliou.

Rio Grande do Sul
Das treze regiões envolvidas na pesquisa do IPCA, sete encerraram 2017 com taxas de inflação menores que a média nacional de 2,95%. Porto Alegre (que representa o Rio Grande do Sul) foi uma delas, com uma variação de 2,52%. Belém foi a região que teve o menor IPCA do país (1,14%).
Por outro lado, as duas maiores altas ocorreram em Goiânia e Brasília, ambas com variação inflacionária de 3,76% – resultado 0,81 ponto percentual acima da variação média nacional.