Infectologista diz que casos devem começar a diminuir no mês de agosto

2015-04-10_190211

O aumento dos casos de coronavírus na Serra e o consequente crescimento na ocupação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), que está na faixa de 80%, junto a projeção de 26 mortes pela doença a partir de 28 de julho fizeram os municípios da região de Caxias do Sul permanecerem na bandeira vermelha do distanciamento controlado do Governo do Estado. A decisão obriga o comércio e os serviços não essenciais a permanecerem fechados nos municípios mais populosos da região – a exceção são aqueles que não tiveram mortes no período de avaliação dos indicadores. A situação gera reclamação de representantes dos setores econômicos, mas especialistas indicam que este é o momento de pico da doença. Conforme a diretora da Sociedade Brasileira de Infectologia, Lessandra Michelin, que é professora da Universidade de Caxias do Sul (UCS), a projeção é que os casos comecem a reduzir nas próximas quatro semanas. Ou seja, o pico deve ser superado a partir de agosto. Isso porque o grande número de infectados nesse momento fará com que no futuro o vírus encontre mais pessoas com imunidade.

Colapso do sistema pode acontecer
A médica destacou que, mesmo que os serviços de saúde tenham tido tempo para se estruturarem, o momento ainda exige cuidados para evitar o colapso do sistema, já que, além da demanda da covid-19, outras doenças também exigem do sistema de saúde.
— Era esperado que nós teríamos um pico. Por muito tempo, nós conversamos quando vai chegar o nosso pico. Bom, chegou. Esse é o nosso pico e nós temos de lidar com ele. E nós fizemos todas as medidas anteriores. E que bom que nós tivemos tempo para isso. Como nós tivemos a parada inicial e o vírus demorou para circular na nossa cidade, nós tivemos tempo de chegarem os ventiladores, de arrumar os leitos de UTI, de abrir outros leitos de enfermaria. Hoje, a gente está, lógico, no nosso limite, porque tem outras doenças ainda internando.

Regras precisam ser cumpridas
A infectologista comentou ainda que o cansaço do distanciamento e as promessas de medicamentos que não têm comprovação científica para o combate à doença têm gerado comportamentos temerários para a propagação da doença.
— Agora, é o período que a gente tem que ter maior paciência e maior cuidado — afirma.
Uma das principais recomendações é evitar aglomerações. Além disso, especialistas alertam para a importância de higienizar as mãos e de usar máscaras.