Infectados por DST aumenta 30% em comparação a 2016

2015-04-10_190211
Em Bento Gonçalves, os testes são realizados nas unidades de saúde e no Serviço de Atendimento Especializado e Centro de Testagem e Aconselhamento (SAE/ CTA)

Até o momento, 8.854 exames já foram realizados para HIV, Sífilis,
Hepatite B e C no município

A procura por testes rápidos para HIV, Sífilis e Hepatite B e C, vêm aumentando em razão da agilidade no diagnóstico/triagem. Os resultados são obtidos em no máximo 30 minutos, dispensando o uso de reagente adicional, além de não necessitarem de estrutura laboratorial.
Em Bento Gonçalves, os testes são realizados nas unidades de saúde e no Serviço de Atendimento Especializado e Centro de Testagem e Aconselhamento (SAE/ CTA), responsável, também, por encaminhar a especialistas, caso haja alterações.
Até o momento, 8.854 exames já foram realizados para HIV, Sífilis, Hepatite B e C no município. A população atingida foi de 2,2 mil pessoas, o que representa um aumento de 30% em relação a 2016. “Os números mostram que a descentralização dos testes se tornou efetiva para mostrar resultados, uma vez que os exames eram apenas realizados no SAE”, explica a coordenadora do SAE/CTA, Adriana Cirolini.
Os testes são seguros quanto ao resultado e os profissionais de saúde são qualificados para realização do procedimento, orientando em relação ao resultado do exame. “Durante a realização do teste, o aconselhamento é fundamental a fim de esclarecer dúvidas e desmistificar preconceitos sobre HIV/AIDS e outras infecções sexualmente transmissíveis”, salienta Adriana.
Conforme o Boletim Epidemiológico do RS, o município de Bento Gonçalves está em 36º lugar devido à taxa de detecção (por 100 mil hab.) com 27,4 casos em 2015. “Este número de casos reforça a necessidade de práticas sexuais seguras através de informações fidedignas das formas de prevenção e, que o diagnóstico precoce é a melhor maneira de evitar outras transmissões”, enfatiza.
O SAE/ CTA atende na Rua Luis Giardini, bairro Juventude (próximo a Embrapa). Mais informações pelo telefone (54) 3453-2578.

Rio Grande do Sul lidera índices de HIV no Brasil
Apesar de incidência de HIV ter diminuído no Rio Grande no Sul, o estado ainda registra um índice de soropositivos superior ao apurado no Brasil. Para cada 100 mil gaúchos, 38,3 descobriram o vírus em 2014. O número é o dobro do encontrado no país (19,7 casos a cada 100.000 habitantes).
Os dados sobre a incidência de HIV/Aids fazem parte do Boletim Epidemiológico, elaborado pela Secretaria Estadual da Saúde. O relatório mostra ainda que de 2003 a 2014, o estado apresentou taxas de detecção da doença superior à nacional e regional.
No Rio Grande do Sul, estima-se que 0,8% dos habitantes sejam soropositivos. No Brasil, segundo estimativas, 734 mil pessoas vivem com HIV no país, correspondendo a uma prevalência de 0,4%.
Além da queda nos novos casos, a mortalidade também vem diminuindo no país e no estado. O Brasil passou de 6,4 óbitos por cada 100 mil habitantes em 2003 para 5,7 em 2014, mesmo número de 2013. Já o Rio Grande do Sul passou de 11,9 em 2003 para 10,6 no último ano, o menor da última década.
Não é só entre os estados que o Rio Grande do Sul se destaca na incidência da Aids. Porto Alegre é a capital brasileira e a cidade com as mais altas taxas de detecção de casos nos últimos seis anos. Em 2014, foram registrados 90,3 casos por 100 mil habitantes.

Jovens e gays seguem os mais vulneráveis ao vírus
Levando-se em consideração o período de casos de Aids notificados de 1990 a junho de 2010 no Brasil, verifica-se um aumento proporcional da categoria de exposição entre homens que fazem sexo com homens, passando de 25,2% em 1990 para 46,4% em 2010. Entre os jovens gays de 18 a 24 anos, a prevalência é de 4,3%. Quando comparados com os jovens em geral, a chance de um jovem gay estar infectado pelo HIV é 13 vezes maior.
A presidente da Associação de Travestis e Transexuais do Rio Grande do Sul, Igualdade-RS, Marcelly Malta, confirma que o uso do preservativo está banalizado e não é prioritário nem mesmo entre as profissionais do sexo. “Tivemos um retrocesso muito grande neste aspecto. Elas (travestis) dizem que hoje tem medicação para tudo e a Aids é como a diabetes, hipertensão, se convive tranquilamente”, conta. Como representante de um trabalho de prevenção de DSTs e Aids junto as travestis de Porto Alegre diariamente, Marcelly conta que a dificuldade é grande de incentivar o uso da camisinha. “Temos cotas que recebemos para distribuição e estamos acumulando. Elas dizem que pegam nos postos e não é verdade. Não estão usando. Tem clientes que pagam mais para fazer programa sem camisinha”, relata.
O total de brasileiros com acesso ao tratamento com antirretrovirais no país mais do que dobrou entre 2009 e 2015, passando de 231 mil pacientes (2009) para 455 mil (2015). Atualmente, o SUS oferece, gratuitamente, 22 medicamentos para os pacientes soropositivos. Desse total, 11 são produzidos no Brasil. A rede de assistência conta atualmente com 517 Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA), 712 Serviços de Assistência Especializada (SAE), além de inúmeras unidades básicas de saúde.
Atualmente a epidemia no Brasil está estabilizada, com taxa de detecção em torno de 19,7 casos a cada 100 mil habitantes. Isso representa cerca de 40 mil casos novos ao ano. Desde o início da epidemia de aids no Brasil – em 1980 –, até junho de 2015, foram registrados no país 798.366 casos de aids.