Indústria metalúrgica e Moveleira se ressentem com a queda da produção no trimestre

2015-04-10_190211
o desempenho negativo foi atingido em um cenário de queda de 5,6% na produção moveleira

Setores metalúrgico e moveleiro têm faturamento abaixo do esperado

A produção industrial no Rio Grande do Sul registrou queda de 1,2 % de fevereiro a março deste ano, totalizando uma queda de 1,9% em 12 meses, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (9). Na média nacional, a indústria encolheu 1,8% de fevereiro a março.
Em Bento Gonçalves a situação não foi diferente. Representantes da indústria metalúrgica e moveleira apresentaram um cenário em queda. De acordo com o Presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Bento Gonçalves (SIMMME), Juarez José Piva, de janeiro a março a Indústria Metalúrgica teve uma queda de 9% em relação ao mesmo período de 2016.
“A expectativa era de que a produção melhorasse, ou a menos se estabilizasse e não caísse mais”, relata. Para Piva a queda tem a ver com o cenário nacional. “O mercado interno está parado, ele mantém-se nas exportações. Ninguém está investindo em nada. A recessão continua sendo realmente drástica e muito forte. O País está desacreditado”.
Além do mercado interno fraco, Piva ainda cita a concorrência internacional como uma das responsáveis pela diminuição da produção, “o pessoal vem de fora vender com melhores condições do que as que nós podemos oferecer, com juros baixos ou sem juros, com as condições que eles podem dar, muito melhores que as nossas e consequentemente os clientes compram deles”, lamenta.
Para o Presidente, a indústria deveria ser mais valorizada, “o Brasil esqueceu que o setor que interessa é a indústria, que ela é a responsável pelo crescimento do país. Com a indústria caindo todos os setores acabam se prejudicando em um efeito dominó. O comércio cai, até a imprensa cai”. Piva associa uma possível melhora caso o país retome o crescimento. Uma das soluções, segundo ele seria criar linhas de créditos para o investimento industrial.
Já a indústria moveleira da cidade teve uma queda de 10,3% no faturamento entre janeiro e março em relação ao mesmo período de 2016, atingindo um valor de R$ 397,59 milhões. Entretanto, o setor apresentou um aumento de 12,7% nas exportações no primeiro trimestre de 2017 em comparação ao primeiro trimestre de 2016. O presidente do Sindmóveis (Sindicato das Indústrias do Mobiliário de Bento Gonçalves), Edson Pelicioli, já previa que uma recuperação para o setor devesse iniciar apenas no segundo semestre desse ano. “Infelizmente, muitas das indústrias não conseguirão atingir patamares anteriores à crise.
O Sindmóveis, enquanto entidade representativa vai reforçar seus investimentos em pesquisa e promoção comercial para busca de novos mercados e oportunidades de atuação para as indústrias associadas – tanto no mercado interno quanto internacional”, pontua.
Esse desempenho negativo do polo moveleiro foi atingido em um cenário de queda de 5,6% na produção moveleira brasileira no primeiro trimestre. O volume de vendas do comércio varejista de móveis caiu 26,5% nos dois primeiros meses do ano em relação ao ano passado, e acumula uma queda de 14,8% na variação acumulada dos últimos 12 meses.