Índice de intenção de investimento na indústria aumenta, mas presidente do SIMMME diz que números não se aplicam ao município

2015-04-10_190211
Indicadores otimistas não condizem com a realidade do município

Para Piva, segmento se mantém em alerta e medo ainda acompanha o setor empresarial

O Indicador de Intenção de Investimentos da Indústria, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), avançou 6,9 pontos no primeiro trimestre deste ano em relação ao trimestre anterior – quarta alta consecutiva e, com o resultado, o indicador chegou a 100 pontos, o maior nível desde o primeiro trimestre de 2015.
Ainda de acordo com os dados publicados pela FGV, a proporção de empresas que estão certas em relação ao plano de investimentos para os próximos 12 meses (29,2%) superou a proporção das que estão incertas (22,7%). Esse foi o menor percentual de empresas incertas sobre a execução dos investimentos desde o fim de 2015. Mas estes números parecem não se alinhar com a realidade em Bento Gonçalves.

Presidente do SIMMME afirma que índice não se aplica à realidade do município
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Bento Gonçalves (SIMMME), Juarez Piva, esse quadro otimista não condiz com a realidade percebida no município. Ele explica que algumas empresas que precisam até realizam investimentos pontuais, mas em geral, a maioria não apresenta intenções de injetar mais recursos financeiros no atual momento.
Para Piva, o setor ainda se mantém em alerta. “Muitas empresas estão segurando os investimentos por causa da crise que ainda ecoa; outro ponto que deixa o segmento muito receoso é essa oscilação na produção – a capacidade de produzir vem sendo maior que a demanda”, esclarece. Ele vê sinais futuros de reversão nesse quadro, mas não para 2017. “Acredito que a partir de 2018 é que poderemos sentir mais segurança para iniciar investimentos significativos no segmento”, comenta.
O presidente do SIMMME chama a atenção para o fato de que mesmo no diálogo com outros sindicatos, não surgem indícios imediatos desse quadro ascendente. “A queda estagnou, é fato. Mas esse panorama otimista citado ainda não está de acordo com a nossa realidade”, reafirma. Por fim, destaca que é a combinação da faltas de recursos com juros altos e o receio ainda presente no setor a principal motivação para frear investimentos no segmento. Uma realidade que ele espera ver mudar em breve.