Imunizados com Coronavac poderão precisar de dose de reforço

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A pesquisa mostrou que a taxa de proteção da vacina cai conforme a idade.

Estudo aponta menor efetividade do imunizante em pessoas idosas

A menor efetividade da Coronavac em idosos mais velhos, observada em um estudo divulgado na semana passada, levanta a discussão sobre a necessidade de revacinação de pessoas com 80 anos ou mais ainda neste ano. A pesquisa mostrou que a taxa de proteção da vacina cai conforme a idade e varia de 61,8% na faixa etária dos 70 aos 74 anos a 28% acima dos 80 anos.

No grupo entre 75 e 79 anos, o índice encontrado foi de 48,9%. Na maioria dos casos, portanto, o indicador foi superior ou muito similar à eficácia verificada nos estudos clínicos do produto no Brasil (50,7%). A maior preocupação é sobre o grupo de idosos maiores de 80 anos.

Alguns especialistas defendem que é necessário esperar mais dados para pensar em qualquer estratégia de revacinação ou dose de reforço, afinal o estudo não mediu a proteção da vacina contra internações e óbitos. Outros cientistas acreditam que a política de imunização já deva começar a ser repensada a partir de agora, de acordo com as vacinas que forem entregues.

Para um dos autores do estudo, o infectologista Julio Croda, da Fiocruz, a aplicação de uma dose de reforço ou o início de um novo esquema com vacinas mais efetivas para idosos, como a da Pfizer, deveria ser feito ainda neste ano, após o término da imunização dos grupos prioritários. Ele ressalta que, apesar da queda da efetividade com a idade, a Coronavac ainda tem bom desempenho, até superior ao dos estudos clínicos, para as demais faixas etárias e, por isso, deve continuar sendo usada nos demais grupos populacionais e para a segunda dose dos que ainda não a receberam.