IBGE começa a testar coleta de dados pela internet para 2020

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) iniciou nesta segunda-feira (21) o primeiro teste de coleta de dados pela internet para o Censo Demográfico 2020.
O recurso já havia sido utilizado em 2010 em poucos casos, mas apenas como alternativa à entrevista presencial em ocasiões em que ela não foi possível. O coordenador técnico do Censo Demográfico 2020, Luciano Duarte, explicou que o objetivo principal do teste é avaliar o que o IBGE conseguirá com o auto-preenchimento do questionário, em comparação ao presencial.
Embora o questionário seja idêntico, o teste não será executado igualmente em todas as áreas. A iniciativa está dividida em três grupos (A, B e C), de acordo com características demográficas. A forma de divulgação e de acesso aos questionários (e-ticket via Correios, agente de pesquisas ou acesso liberado) será diferente em cada um dos grupamentos.

Divisão por grupo
O grupo A envolve cerca de 10 mil domicílios, espalhados por 49 municípios (capitais e demais municípios com mais de 500.000 habitantes), além dos municípios de Rio Branco (AC), Juiz de Fora (MG) e Goiânia (GO); o grupo B tem cerca de nove mil domicílios de três municípios; enquanto o o grupo C engloba todos os domicílios de Curitiba (SC), Cravinhos (SP) e Baturité (CE).
Segundo o IBGE nos locais onde serão utilizados e-tickets (caso dos grupos A e B), a entrega dos códigos já está sendo feita desde a última segunda-feira (14) e prossegue até o dia 27. Já os moradores de municípios do grupo C estão sendo orientados a acessar o teste via portal do IBGE. Os questionários estarão disponíveis para acesso a partir hoje (21), ficando abertos até o dia 3 de junho.

Questão estratégica
Segundo o IBGE, a introdução em larga escala da coleta via internet é uma possibilidade para o Censo 2020, sendo esta a primeira avaliação da viabilidade do projeto. Entre as preocupações, estão a qualidade dos dados obtidos, a questão técnica e logística que envolve a novidade.
“O teste é muito importante para mudança metodológica que está sendo realizada em termos de coleta de informação. Em 2010, fizemos uma coleta pela internet, mas muito pequena. Não tivemos nenhum problema em relação à qualidade dos dados. Como agora faremos algo um pouco mais expressivo, isso nos dará a possibilidade de nos prepararmos para 2020”, avaliou Duarte.
A adoção da internet como forma de coleta para pesquisas demográficas tem crescido em países do mundo inteiro e é um ponto que vem sendo discutido amplamente para o Censo 2020. “Isso tem sido discutido, sim, mas a decisão sempre fica pendente, porque queremos esperar resultados do teste, o que nos trará parâmetros mínimos para saber o que podemos fazer”, afirmou o coordenador técnico do censo.
De acordo com Duarte, na Colômbia, por exemplo, fizeram de 5% a 7% da coleta assim. Em países mais desenvolvidos, chegaram a 20%. “O que esperamos é que com esses resultados consigamos traçar cenários estratégicos para a coleta do Censo 2020”, disse.