‘Hormônio do amor’ ajuda no controle da obesidade, revela estudo

2015-04-10_190211

A ocitocina diminui a expectativa de prazer liberada pelo cérebro quando o obeso consome alimentos calóricos controlando o comportamento alimentar
A ocitocina, mais conhecida como ‘hormônio do amor’, está relacionada a diversas atividades essenciais do ser humano, incluindo interações sociais, reprodução sexual e ansiedade. Agora, cientistas revelaram que a atuação desse hormônio se estende também para a nossa relação com a comida. Essa descoberta pode indicar que a ocitocina pode ser usada como forma de tratamento para a obesidade, pelo menos é o que afirma estudo apresentado durante a ENDO 2019, uma conferência médica realizada semana passada nos Estados Unidos.
E de que forma a ocitocina seria usada como tratamento? Bem, quando o ser humano olha para um alimento altamente calórico, o cérebro ativa regiões relacionadas ao sistema de recompensa, ou seja, ele entende que a ingestão desse alimento vai proporcionar sensações de prazer e satisfação. Essa reação é uma processo normal do organismo. Mas, no caso de indivíduos obesos, essa atividade cerebral é maior do que a esperada mesmo quando eles já estão satisfeitos. Por causa disso, acontece uma ingestão excessiva de calorias. É aí que a ocitocina entra. O ‘hormônio do amor’ reduz a ativação de parte do sistema de recompensa, diminuindo a expectativa de prazer que acompanha a alimentação. Essa atuação ajuda a controlar o comportamento alimentar.

Mais satisfação, menos comida
Os novos resultados foram baseados na observação de 10 participantes jovens que tinham sobrepeso ou eram obesos. Esses indivíduos foram divididos em dois grupos: o primeiro recebeu uma dose única de spray nasal de ocitocina; já o segundo ganhou uma dose de placebo (substância sem propriedades farmacológicas). Nenhum dos grupos estava ciente do que recebia. Uma hora depois da medicação, os cientistas apresentaram diversas imagens para os voluntários, incluindo alimentos altamente calóricos, produtos de baixa caloria e itens não alimentícios.
“Este estudo é empolgante porque mostra que a oxitocina modula as vias do cérebro durante as respostas a alimentos altamente palatáveis ​​e recompensadores”, comentou Liya. Estudos anteriores já haviam encontrados resposta similares ao spray nasal de ocitocina. Por causa disso, os pesquisadores acreditam que esse método pode ser usado no tratamento da obesidade e garantir resultados significativos.
Segundo os cientistas, não é necessário comprar um spray (nada confiável na situação atual) para solicitar a produção do hormônio. Eles suspeitam que algumas coisas “provocam” a produção de ocitocina naturalmente: massagem, sexo, toque, contato visual, etc. E para essas coisas, não há contra-indicações.