Herbicida que pode causar mal de alzheimer é liberado no Brasil

2015-04-10_190211

Depois de ter suspenso o uso do herbicida paraquat no mercado brasileiro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), decidiu rever sua posição na última semana e liberou o uso do produto. A medida vale enquanto está aberto o processo de descontinuidade da molécula por um período de três anos.
O produto, de baixo custo, é utilizado há vários anos por inúmeros países. A agência acatou o pedido no último dia 27, durante a reunião da diretoria colegiada, e estipulou prazo de três anos de transição para que sejam apresentados novos estudos feitos à luz da ciência, que demonstrem e possam reverter a descontinuidade da manutenção do produto por mais tempo.

Mal de Alzheimer
O Paraquate foi analisado pela agência num período de nove anos, desde 2009. O estudo das evidências científicas concluiu que o produto está associado ao desenvolvimento da doença de Parkinson -condição neurológica degenerativa que leva ao tremor, rigidez, distúrbios na fala e problemas de equilíbrio.
Segundo relatório do GGTOX, grupo de trabalho de toxicidade da Anvisa, o produto tem qualificação toxicológica I, considerado extremante tóxico.
O grupo de pesquisadores considerou haver peso suficiente para comprovar o potencial do herbicida de induzir aberrações cromossômicas em células somáticas in vitro e in vivo, em diferentes espécies, e por diferentes vias de exposição, inclusive dérmica.
Ainda, em análise conjunta com a Fiocruz, que entregou nota técnica à agência em outubro de 2009, a Fiocruz considerou suficientes as evidências da literatura científica relacionadas à intoxicação aguda, mutagenicidade, desregulação endócrina, carcinogênese, toxicidade reprodutiva, teratogênese e doença de Parkinson. A suspensão havia sido anunciada em setembro.