Greve dos professores continua sem data para acabar

2015-04-10_190211

Mestre Santa Bárbara segue em paralisação, mas Carlos Dreher Neto já voltou à normalidade

A greve nas escolas de Bento Gonçalves, pertencentes à rede estadual, não tem dia para acabar. É o que garante a diretora do 12º núcleo do Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul (Cpers), Juçara Borges, sobre a paralisação que já dura mais de uma semana devido ao parcelamento dos salários. No entanto, algumas escolas que estavam com suspensão das aulas – total ou parcialmente -, afirmam ter retornado à normalidade nos últimos dias.
A Escola Estadual Carlos Dreher Neto, por exemplo, que havia suspendido todas as aulas, relatou à Gazeta que não está mais em greve desde segunda-feira (18). A mesma informação foi dada pela Escola Estadual Maria Goretti, de que as duas turmas que estavam com as atividades paralisadas, voltaram à normalidade também na segunda.
Por outro lado, a Escola Estadual Mestre Santa Bárbara afirma que nenhuma turma está tendo aula. Assim como a Escola Estadual Imaculada Conceição (parcialmente em greve) e o Colégio Estadual Dona Isabel.
Segundo o professor Gustavo Valduga, deste último, alguns professores que tinham aderido à paralisação voltaram a trabalhar, porém outros que estavam lecionando, aderiram à greve.
“É em torno de 40% a 50% do corpo de professores que está em greve. Por isso, vamos precisar refazer o calendário escolar e averiguar como vai ser o término do ano letivo e como será feita a recuperação. Ainda não sabemos se vai afetar as turmas de terceiro ano e a prestação das provas de vestibular”, explica.

Término do ano letivo depende do governador
Juçara Borges enfatizou que o término do ano letivo dos alunos vai depender da posição do governador José Ivo Sartori. “A tendência é que realmente ele deposite R$ 350,00 ou até menos. Se os alunos vão terminar ou não o ano, vai depender dele. Isso é um desrespeito com os professores”, pontua. Mais de mil alunos no município são afetados pelo movimento.
A diretora explica que nesta sexta-feira (29), os representantes das regionais do Cpers vão se encontrar em Porto Alegre para discutir sobre o assunto, mas garante que a adesão dos professores está cada vez maior em todo o Rio Grande do Sul. Conforme o sindicato, mais de 70% da categoria está em greve em todo o estado.

Governo estadual diz que greve perde sentido
O governo do Estado publicou uma nota dizendo que quitou o salário dos professores no dia 13 de agosto, e que o atraso não foi questão de vontade “mas da maior crise financeira vivida pelo Estado na sua história”.
A publicação ainda diz que “a greve do Cpers perde o seu sentido e adquire viés de movimento político, prejudicando a vida dos alunos e suas famílias. Não é hora de divisões e radicalismos. Apelamos para que os professores mantenham as aulas”, conclui.