Greve dos caminhoneiros e aumento no frete foram os vilões dos aumentos na cesta básica, diz Procon

2015-04-10_190211
O aumento percentual no primeiro semestre foi de 0,05%, quando comparado ao mesmo período do último ano

O aumento percentual no primeiro semestre foi de 0,05%, quando comparado ao mesmo período do último ano

 

No primeiro semestre deste ano o consumidor foi surpreendido pelo pequeno aumento dos preços de produtos básicos nos supermercados. Uma família de quatro pessoas que tinha um custo mensal de pouco mais de R$ 620 reais, agora está gastando mais de R$ 630 ao mês. De acordo com a coordenadora do Procon, Karen Battaglia, entre janeiro e junho a cesta básica teve um aumento percentual de 0,05%, quando comparada ao mesmo período de 2017. Foram alguns poucos produtos básicos que sofreram o maior impacto nos preços.
“Os produtos que vêm registrando maior aumento são itens como a carne bovina, arroz tipo 1 – 5 kg, açúcar 5 kg, farinha de trigo especial 5 kg, café almofada 500g, itens de higiene pessoal como creme dental, sabão em pó. Acredito que a alta em alguns produtos, seja ainda reflexo da greve dos caminhoneiros, e o aumento no frete do combustível”, diz.
A análise da coordenadora prossegue, apontando o leite, carne e o feijão como responsáveis pelo maior percentual de aumento. O leite, por exemplo, que em julho do ano passado era vendido num preço médio de R$ 2,29, agora, no mesmo estabelecimento consultado é comercializado por R$ 3,19, resultando num aumento de quase R$ 1 real. O feijão preto, que no mesmo período de 2017 estava sendo vendido a R$ 3,99, agora está sendo comercializado por R$ 4,29. O mesmo vale para a chuleta, que custava R$ 22,90 ao quilo, e agora é vendida por R$ 23,80. O preço do papel higiênico aumentou em média R$ 1 real. Quatro rolos que eram vendidos por R$ 3,98, agora estão custando R$ 4,98. O sabão em pó, citado por Karen, custava R$ 4,98 num estabelecimento pesquisado, e agora, no mesmo supermercado, está sendo vendido por R$ 5,69.
Ainda de acordo com a coordenadora, é preciso economizar nas compras para a casa. “Os consumidores precisam recorrer à criatividade para poder dar conta do orçamento doméstico. É hora de substituir produtos e aproveitar as promoções do dia em cada mercado, e principalmente pesquisar preços”, ressalta.

Consumidores confirmam aumento
A dona de casa e doceira Mari Gueno diz que o aumento dos produtos afeta em seu orçamento mensal. “Senti muito o aumento na cesta básica nos últimos meses, principalmente em itens como ovos, leite, farinha, feijão, óleo de soja e material de higiene de limpeza”, diz. Ainda segundo Mari, mesmo com o aumento da cesta básica, ela não repassa o aumento para os clientes.
Os itens descritos pela dona de casa também são citados pela jornalista Alana Vencato, que lamenta os aumentos constantes. “Alimentos básicos (arroz, leite e carne, por exemplo) e produtos de higiene e limpeza são os mais caros. Porém, os mercados tem feito “promoções” que disfarçam os aumentos. É complicado pois há aumentos semanais e o salário não acompanha”, afirma.
O chefe de cozinha Nestor Villarreal gasta em torno de R$ 200 reais por semana em itens de alimentação e limpeza e também confirma que os preços estão altos, o que segundo ele, dificulta no orçamento do mês. “Eu notei que produtos como feijão, leite, lentilha e o arroz não param de subir. A cerveja também está muito cara. A maioria dos produtos tanto de alimentação como higiene tende a subir, mais ainda em função da crise que atravessa o Brasil”, comenta.
A dona de casa Roseli Luchese dribla o cenário de elevações dos preços comprando em lugares diferentes. “Costumo comprar em vários lugares de acordo com as promoções de cada um. Porém, notei aumento de alguns itens, como o leite e seus derivados, a carne, pães, biscoitos e os produtos de limpeza. E como citei é importante a pesquisa de preço e as promoções”, salienta.
Na opinião de Thiago Pellizzaro, não é justo que itens básicos sejam tributados. “Alimento e medicamento não têm que sofrer incidência de impostos. Aqui em casa a gente sempre tem que esperar promoções ou esperar para baixar os preços para comprar”, diz.
Maristela Marini também sentiu o aumento dos preços. “Eu faço feira. Meu marido faz mercado. As frutas que são fora de época estão caras. Abacate, kiwi,morango,manga. O pinhão também está caro, mesmo sendo da época. Quando eu comprava, há uns quatro meses, conseguia promoções boas”, recorda.
A comerciária Thiby Ferri constatou que alimentos derivados do leite ficaram mais caros. “Leite e queijo é um absurdo. O restante acho que está se mantendo”, diz.

 

Itens básicos da alimentação e higiene foram os que mais tiveram aumento de preço