Game que ‘treina o cérebro’ melhora memória de pessoas com perda cognitiva

2015-04-10_190211
Game show criado por pesquisadores da Universidade de Cambridge melhora memória de pacientes com demência

Criado por pesquisadores da Universidade de Cambridge, jogo melhorou a memória de 40% de pacientes nos estágios iniciais de demência

Um jogo de computador para treinamento do cérebro desenvolvido por neurocientistas britânicos tem se mostrado eficaz para melhorar a memória de pacientes nos primeiros estágios de demência e poderia ajudar a evitar alguns sintomas de perda cognitiva.
Os pesquisadores, que desenvolveram o aplicativo que parece um “game show” e testaram seus efeitos sobre a cognição e a motivação em um pequeno estudo, constataram que cerca de 40% dos pacientes que jogaram durante um mês melhoraram a pontuação de memória.
“Esperamos estender estes resultados em estudos futuros sobre o envelhecimento saudável e doença de Alzheimer leve”, disse George Savulich, que liderou o estudo na Universidade de Cambridge.
Demência é um enorme problema global de saúde. A Organização Mundial de Saúde (OMS) diz que cerca de 47,5 milhões de pessoas tinham demência em 2015, e esse número está crescendo rapidamente com o aumento da expectativa de vida e o envelhecimento da sociedade.
A doença é incurável e há poucos medicamentos que podem aliviar os sintomas, que incluem declínio da memória, do pensamento, do comportamento e das habilidades de navegação e espaciais e a perda gradual da capacidade de realizar tarefas diárias.Ao publicar seus resultados no International Journal of Neuropsychopharmacology, Savulich disse que, além de melhorar a pontuação de memória, os pacientes que jogaram retiveram informações visuais mais complexas do que aqueles que não jogaram.
Especialistas independentes disseram que as conclusões do estudo são encorajadoras, mas que o aplicativo precisa ser testado em outras formas de treinamento do cérebro em testes clínicos envolvendo mais pessoas.
“Apesar de que este tipo de treinamento do cérebro não será capaz de impedir em última análise ou curar doenças de memória como a demência, (é) um caminho promissor para melhorar sintomas iniciais da doença da memória”, disse Tara Spiers-Jones, da Universidade de Edimburgo.