Frutas exóticas ganham espaçoem áreas de plantio do distrito

2015-04-10_190211

Técnico da Emater ressalta potencial da produção na região, mas alerta para cuidados especiais e demanda trabalhosa

Amoras e mirtilos até pouco tempo atrás eram sinônimo de luxo, por serem originárias dos Estados Unidos e Canadá e por terem o custo alto nos mercados. Agora as pequenas frutas começaram a ser plantadas na Serra Gaúcha, ainda que em pequena escala. Além dessas, há aquelas chamadas de exóticas como a pitaia, a atmóia e a cherimólia, cultivadas em Tuiuty.
Segundo o técnico da Emater, Thompson Didoné, há alguns anos uma cooperativa começou a plantar amora, mas desistiu depois de algum tempo. “São diferentes nichos de mercado e frutas que possuem um valor acima do normal. Por isso os produtores ficam receosos de plantar porque tem que ter um mercado garantido. Mas podemos dizer que há bastante potencial de produção”, explica.
O técnico ressalta que as condições climáticas devem ser consideradas. “Algumas frutas não combinam com a serração, então elas produzem melhor na beira de rios”, conta.
Outro fator apontado por Didoné para o produtor que tiver interesse de plantar as frutas exóticas é a necessidade de mão-de-obra. “Estas culturas são muito trabalhosas e as famílias precisam ter em mente que a mão-de-obra é bastante requisitada. Às vezes começa a safra de pêssego, uva e acaba se deixando de lado as pequenas frutas”, registra. De acordo com ele, a Emater disponibiliza toda a assistência aos interessados.
Entre os motivos que talvez tenham barrado a popularização são: dificuldade de manejo, falta de tecnologia adequada ou até mesmo conhecimento específico para cultivo da variedade.

Cherimólia
Nome científico: Annona cherimola Mill.
Origem: Andes Equatorianos, Peru e Chile.
As árvores que dão o fruto da cherimólia são de pequeno porte. A frutificação é durante o ano todo, predominantemente no verão, mas a propagação se dá por semente e enxertia. O cultivo requer paciência e muitos cuidados porque a árvore leva tempo para frutificar, sendo necessário ensacar e refrigerar cada um dos frutos destinados a comercialização.

Pitaia
Nome científico: Hylocereus e Selenicereus
Origem: É nativa de regiões da América Central e México.
Cultivo: A pitaia pode ser cultivada de 30 até 700 metros acima do nível do mar, desde que as temperaturas sejam em média de 14 a 32 °C, com chuvas de 500 a 3.600 mm/ano, mas se adapta também a climas mais secos. Não é tão exigente no controle de pragas, como a uva, demandando menos o uso de aplicações de agroquímicos.

Atemoia
Conforme a região, recebe o nome de anona, cabeça-de-negro e até quaresma.
Origem: É resultado do cruzamento da fruta-do-conde e a cherimoia. Nativa da África do Sul e Israel.
Se adapta bem a clima tropicais e subtropicais e em vários tipos de solo. Não produz em temperaturas muito baixas e geada, preferindo o inverno seco e uma temperatura que varia de 10ºC a 28ºC.